O Exame Nacional do Ensino Médio para pessoas privadas de liberdade (Enem PPL) é aplicado em presídios e unidades de internação socioeducativas. A prova tem grau de dificuldade equivalente ao do Enem Regular. Ela pode ser uma oportunidade para menores infratores e adultos presidiários entrarem no ensino superior.
Cerca de 40 detentos da Penitenciária José de Deus Barros vão fazer o Enem que está previsto para ser realizado para as pessoas privadas de liberdade em todo país nos dias 11 e 12 de dezembro. Inicialmente, a aplicação das provas estava prevista para 17 e 18 do mesmo mês.
O diretor da unidade prisional masculina, Sinval Hipólito, destacou a importância de os presos estarem inseridos também no sistema educacional. Na unidade de Picos vários encarcerados realizaram e foram aprovados no Enceja e agora se preparam para o Enem.
“Nós acreditamos e torcemos para que eles obtenham êxito, porque é de grande importância para o detento, para o presídio e para a sociedade”, definiu.
Sinval Hipólito falou ainda que as provas serão realizadas dentro do presídio e contará com uma equipe do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) e ainda com um reforço na segurança.
“Essas provas são realizadas aqui na unidade, nós temos sala de aula, nós temos 75 detentos que participam de aulas anualmente, professores da Secretaria de Educação, conveniada com a Secretaria de Justiça, então a gente se prepara, coloca um número de agentes maior para que façam a vistoria e a segurança para os detentos, para os professores e todos que estão na unidade prisional”, destacou.
UNIDADE FEMININA
Na penitenciaria feminina, Adalberto de Moura Santos em Picos, cinco detentas realizarão o Enem 2018. O diretor da prisão feminina, Danilo Hipólito, fala que a inserção dessas mulheres privadas de liberdade no meio educacional auxilia bastante no processo de ressocialização das mesmas.
“É de grande importância para elas o aprendizado e o esforço que elas vêm sempre precisando melhorar na sua educação e ajuda ainda a minimizar a pena delas”, opinou.
A auxiliar da Coordenação do Enem e Enceja da unidade feminina de Picos Maria Ivonete disse que as detentas tem se interessado e participado de dos programas educacionais que a Secretaria de Justiça oferece. Ela destaca que grande parte delas não tinha nem terminado o ensino fundamental e ao chegarem na prisão, acabam fazendo e Enceja e concluindo até o ensino médio.
“O benefício é grade, porque elas não vão parar o estudo delas e muitas, inclusive que já pararam, quando chegam aqui repensam a vida e retornam aos estudos. […] Nós temos recuperandas que fazem o Enem prevendo receber a certificação do ensino médio”, pontuou.
Presidiários que são aprovados tanto no Enceja quanto no Enem são beneficiados com a remissão da pena.
CONFIRA AS ENTREVISTAS:
SINVAL HIPÓLITO-
DANILO HIPÓLITO-
MARIA IVONEIDE-