Professores da Rede Estadual de Ensino permanecem em estado de greve e em assembleia realizada na manhã desta segunda-feira (19) decidem por início de paralisação das atividades a partir do dia 23 de fevereiro e o início do ano letivo fica sem previsão.
A presidente do Sinte Regional de Picos (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica Pública do Piauí), Gisele Dantas, fala que a categoria em Picos está unificada e também irá aderir à greve a partir da próxima sexta-feira (23).
Em Picos a reunião aconteceu no auditório do SINTE e reuniu representantes de várias escolas estaduais do município e também de cidades vizinhas, que votaram, por unanimidade, a favor do início da greve.
Gisele Dantas falou que os educadores preferiam estar trabalhando, mas as condições que são ofertadas pelo Governo do Estado, os obriga a suspender os trabalhos.
“Os professores compareceram representando suas escolas, foi positiva a assembleia. Os educadores do Estado decidiram por não iniciarem o ano letivo. Infelizmente o governo está empurrando para essa situação. Nós que trabalhamos com educação, professores e funcionários de escolas, não queríamos a greve, mas a proposta que o governador apresentou é inaceitável, então não nos resta outra saída a não ser enfrentar a greve”, disse.
A diretora do sindicato em Picos falou ainda das reivindicações da classe.
“Nós temos direito a um reajuste do piso salarial, então resta ao gestor nos repassar, e Wellington Dias está inventando opções de pagar reajuste do piso salarial dos professores, que o MEC repassou de 6.81, entrou esse crédito na conta do Governo do Estado, e ele quer pagar a metade em forma de ticket alimentação, como auxílio alimentação e não vai para o vencimento e a outra parte no mês de junho. E não apresentou proposta para o aposentado, ferindo a lei da paridade e integralidade, porque o aposentado tem o direito de receber o mesmo reajuste do ativo”, destacou.
A representante sindical pediu ainda a compreensão dos pais e alunos, por conta da indefinição do início do ano letivo e também para que deem apoio aos educadores nesta luta.
O professor da Escola Estadual Mário Martins, Aderivaldo Antônio Monteiro fala da desvalorização que os professores sofrem, não apenas por questões salariais, mas também por péssimas condições de trabalho. Ele fala que o governador tem desrespeitado a classe e que isso gera uma insatisfação por parte do professor. Aderivaldo afirmou ser a favor da greve da categoria.
“Direitos não podem ser negados, foi um reajuste dado pelo Governo Federal, então cabe ao Governo do Estado, executar esse aumento, não só para os professores ativos, mas também para os inativos e garantir os nossos direitos que são assegurados por lei. […] Isso desestimula bastante, nós já vivemos em uma constante pressão social, que exercemos a função, não apenas de professor, mas até de pais, de psicólogos e o mínimo que nós professores poderíamos ter, seria uma infraestrutura melhor de trabalho e também de salário”, lamentou.
No dia 27 de fevereiro acontecerá outra assembleia sindical em Teresina para avaliar o movimento e discutir sobre uma possível proposta do governo. Em Picos a reunião sindicalista está prevista para ser realizada no dia seguinte, a partir das 08h no auditório do SINTE.