A cidade de Picos, localizada na região Sul do Piauí, a 310 quilômetros da capital, busca retomar o título de “Capital do Alho”. Para isso, um grupo de produtores desenvolveu um projeto que tem como objetivo principal resgatar e fortalecer a produção da cultura a partir de técnicas de manejo e de tecnologias que possibilitem ao produtor melhorar a qualidade da semente produzida.
Adaptada a diferentes condições climáticas e com variedades para cultivo em grande parte do território nacional, a hortaliça já foi umas das principais fontes de renda de muitos picoenses. Ideal que volta a tomar conta do imaginário dos produtores.
E parece que as ações estão no caminho certo. A iniciativa que começou no ano anterior já começa a dar bons resultados. Agora, outros municípios da macrorregião demonstram interesse em conhecer e reproduzir a experiência. Com isso, foi criada a Associação Piauiense dos Produtores de Alho (APPA), que tem sua sede no município modelo.
Segundo o presidente José Airton Dantas, duas safras já foram colhidas nas três unidades, mas, a princípio, a comercialização do produto para outros estados e para o mercado externo não está dentro do planejamento da entidade. A prioridade é difundir a proposta para outras regiões que tem vocação para a cultura dentro do próprio território piauiense.
Ainda de acordo com José Airton Dantas, que também é coordenador da Câmara Setorial do Alho no Estado do Piauí, as espécies Cateto Roxo e Branco Mineiro são as mais adaptadas para a região do semiárido.
O produtor Francisco Aristides Moura conta que após mais de três décadas voltou a cultivar o alho, mas lembra que a hortaliça é uma cultura muito exigente. Ainda assim, ele afirma estar confiante de que o projeto será exitoso.
Com a parceria firmada entre o Governo do Estado e outros órgãos públicos e do sistema “S”, os produtores esperam que em um prazo máximo de cinco anos Picos e macrorregião se transformem em um grande polo exportador de alho.