Moradores de vários bairros e localidades da zona rural de Picos têm denunciado o fechamento de escolas municipais. Segundo pais de alunos, a medida estaria prejudicando os estudantes, já que muitos têm que se deslocar para outras localidades para estudar.
Segundo Amadeus Manoel de Almondes, residente da localidade de Malhada Grande dos Almondes, várias crianças estão sendo transferidas. Ele afirma que antes a localidade tinha mais de 130 alunos e agora está com cerca de 35, o que pode ocasionar o fechamento da unidade escolar do local.
“Nós não somos diferentes, é uma comunidade rural e no nosso entendimento, esse processo de nucleação, é um processo que coloca a educação em cheque, até porque quando você desloca uma família ou um pai de família até determinado setor para levar uma criança para a escola, você perde tempo, dinheiro e a qualidade é prejudicada”, comenta.
O morador conta ainda que o deslocamento desses estudantes para escolas distantes de onde moram, pode interferir no aprendizado, afirmando que muitos são colocados em salas com nível de práticas educacionais diferentes.
“É muito triste você ver as crianças ao meio dia, no sol quente, indo para a Paraibinha estudar, tendo um colégio na comunidade, a gente fica sem entender qual é a visão e qual é o objetivo dessas medidas. Nós temos recebido reclamações de alguns pais da comunidade de que crianças estão sendo colocadas juntas com diferentes níveis de aprendizado, uma criança que não sabe ler com outras que já sabem”, destaca.
Outra reclamação é a cerca do fechamento da creche na comunidade de Val Paraíso. O prédio foi fechado e as crianças transferidas para uma escola onde funciona outro nível de ensino.
A secretária municipal de Educação de Picos, Rosilene Monteiro, afirma que em 2017 nenhuma escola foi fechada, ela explica que o processo de nucleação das unidades tem a finalidade de diminuir os custos para os cofres públicos. Ela conta que muitas escolas não têm alunos suficientes e por isso é feita essa junção.
“Algumas escolas não tinham condições de funcionar, e foi obrigado que houvesse uma junção, na verdade nós juntamos escolas, não fechamos só por fechar, juntamos por necessidade. Se for para nuclear a gente faz, se for para funcionar a reorganização, de modo que, prejudicou a educação, a gente toma as medidas necessárias, mas quando se tem um consenso, de comunidade e Secretaria de Educação, para que todos juntos encontre uma solução que não vá prejudicar a qualidade da educação”, destacou.
Rosilene Monteiro informou que em 2018, haverá a junção de duas escolas da zona urbana de Picos. Os alunos da unidade Celso Eulálio – que atualmente funciona na Escola Normal – serão transferidos para a Escola Francisco Barbosa de Moura, no bairro Boa Sorte.