As duas primeiras chuvas do mês de dezembro reacenderam problemas antigos para os moradores da Rua Luzia de Oliveira Santos, no bairro Junco, Zona Leste da cidade. Ao Grande Picos, moradores detalham o drama de conviver com o medo de terem as residências alagadas pela água da chuva e pedem providências do poder público.
“Quando a chuva vem, a rua fica totalmente alagada”, conta a dona de casa Maria de Jesus Lopes. Segundo ela, a situação se arrasta ao longo dos anos. “A gente sofre há vários anos e agora ficou pior, porque quando tinham as passagens nos terrenos abertos, a água descia. Mas como agora os donos resolveram tomar providências e cercar os terrenos, a água ficou presa. E com o asfalto não tem condições da água sumir”, explica.
A moradora ainda lembra outros riscos que a situação expõe para a população. “Estamos convivendo com um drama, sujeitos a várias doenças e insetos que vem dos terrenos”, frisa.
Outra dificuldade para quem vive na Rua Luzia de Oliveira Santos durante o período chuvoso é a locomoção. As casas mais baixas ficam cercadas pela água e o acesso de pedestres e veículos quase inviável.
“A rua fica interditada, não entra transporte nenhum. A gente fica sem saída, todo mundo sofrendo, não tem como sair com a água nas portas, correndo o risco de dormir e estar tudo alagado de água, perdendo as coisas, os móveis que a gente tem”, destaca Danuzia Viera.
“A água já entrou em minha casa várias vezes, de madrugada, a gente subindo as coisas, derrubou a parede do meu muro. Então a gente sofre muito com isso, muito, muito mesmo”, reforça Maria de Jesus.
Uma das primeiras moradoras da Rua Luzia de Oliveira Santos é a dona de casa Katiane Moura, que também já teve a residência invadida pela água em duas ocasiões. De acordo com ela, o problema dos moradores se agravou ao longo dos anos sem qualquer trabalho de contenção por parte do poder público. Agora, ela cobra da Prefeitura de Picos uma solução para as famílias.
“Essa já é uma situação que a gente vem enfrentando há muito tempo. A gente pede até pelo amor de Deus que tomem providência disso, até porque, além da gente correr o risco de [se contaminar com] doenças, também tem as crianças correndo risco até de morrerem afogadas. Isso é lamentável demais”, desabafa.
Outro Lado
Por telefone, a reportagem do Grande Picos entrou em contato com a secretária interina de Obras de Picos, Lilian Araujo. Ela informou que não estava ciente da situação e que só se pronunciaria sobre o caso na segunda-feira (11). A gestora destacou que enviaria fiscais da pasta para vistoriarem a Rua Luzia de Oliveira Santos e frisou que as equipes estão trabalhando intensamente para resolver os problemas da cidade.