Com apenas um delegado, um escrivão e um investigador alternativo – aquele que estiver disponível no momento – a delegacia especializada em tráfico e crimes contra a vida passa por dias apáticos. A unidade instalada em meados de agosto na cidade de Picos seria responsável por garantir mais resolutividade e atenção aos casos de crimes contra a vida, porém, sem estrutura, os inquéritos padecem dentro de pastas sem expectativa de resolução.
De acordo com o delegado Agenor Ferreira Lima Júnior, responsável pela unidade especializada, a ausência de efetivo é um dos principais problemas enfrentados atualmente. “O grande problema que a gente tem é a ausência de efetivo. Nós não temos uma equipe focada para investigação dos crimes de homicídio, o que causa um grande problema devido às informações que vão se perdendo com o tempo”, explica.
A situação, reflete o delegado, traz desamparo e tristeza para as famílias das vítimas. “Os familiares das vítimas e a população em geral cobram resultado, no entanto, não temos dado esse resultado satisfatório devido a ausência de efetivo, ausência de estrutura, de viaturas”, elenca.
Diante da estrutura precária, o delegado é taxativo ao concluir que não há condições de trabalho para garantir que a elucidação dos crimes investigados por sua unidade. “É impossível, infelizmente, é o que eu posso dizer. No que depende só de mim, diariamente eu faço, no entanto, preciso de agentes de polícia e investigadores no campo para realizar várias diligências, e isso não é possível no momento”, desabafa o delegado, revelando que algumas diligências demoram até um mês e meio para acontecer.
ENTREVISTA: Agenor Ferreira – Delegacia de Homicídios