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“Volante de coração”, Romulo volta no tempo e luta contra vaias em início de Fla

Anunciado com pompa pelo ex-vice de futebol Godinho, meia mostra dificuldade no Fla-Flu e recebe críticas como em seu início de Vasco: "As oportunidades estão um pouco largas, uma vez a cada mês"

Nas palavras do ex-vice de futebol Flavio Godinho, Romulo era o “volante do coração” que o Flamengo queria para a temporada 2017. Mais de dez meses depois de ser recebido com direito a “AeroFla”, o jogador ainda está longe de cair nas graças dos torcedores.

O anúncio da escalação no empate por 1 a 1 contra o Fluminense, no Maracanã, surpreendeu. Afinal, o volante não jogava há mais de um mês – havia entrado em campo pela última vez dia 10 de setembro na derrota por 2 a 0 contra o Botafogo – e ficara de fora do jogo mais importante do ano há apenas 15 dias, quando foi cortado até do banco de reservas no Mineirão, na final da Copa do Brasil.

De característica de maior marcação na comparação com o então titular Willian Arão, Romulo foi alternativa de maior equilíbrio no meio de campo. Foi assim que justificou o treinador rubro-negro Reinaldo Rueda, em coletiva de imprensa após o jogo – leia a íntegra da entrevista de Rueda aqui.

Romulo considera que falta de ritmo influencia em desempenho no seu primeiro ano no Flamengo (Foto: Amanda Kestelman)

Sem entrar em detalhes, ele lembrou a derrota para a Ponte Preta em Campinas e disse que utilizou o camisa 27 porque Romulo vem treinando bem e ainda mais porque não faz sentido ter elenco grande se não puder usar outras peças de qualidade.

O pensamento do treinador é coerente. Mas a questão é que o melhor jogo de Romulo ainda não apareceu no Flamengo. O jogador de 27 anos começou a carreira no futebol profissional ainda muito jovem, aos 16, no Porto de Caruaru. Ele apareceu no cenário nacional no Vasco. Em menos de dois anos como profissional no rival do Fla foi vendido por 8 milhões de euros para o Spartak Moscou, foi convocado para a Seleção e viu a carreira declinar após duas lesões no joelho.

“Todo jogador precisa de sequência”

Curiosamente, o seu início de Flamengo lembra os primeiros passos no profissional do Vasco. No fim de 2010 e no primeiro semestre de 2011 convivia com as vaias dos torcedores em São Januário. Contra o Fluminense, errou quatro passes e desarmou apenas uma vez – de acordo com números do site Footstats. A atuação foi bem abaixo do que se pode esperar.

– É um pouco difícil falar (o que falta para melhorar o futebol). As oportunidades que venho recebendo estão um pouco largas, uma vez a cada mês, mas procuro nos treinamentos suprir isso, estar melhorando a cada dia, para quando tiver oportunidade, mostrar um bom futebol. Infelizmente o time não foi tão bem e consequentemente o individual acaba aparecendo um pouco negativamente. Mas vamos buscar trabalhar – repetiu Romulo.

Romulo em ação no Fla-Flu (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)

O jogador do Flamengo evitou fazer análise mais aprofundada de sua atuação. Mas voltou a afirmar que a sequência de jogos faz a diferença no seu rendimento. Em 27 rodadas do Brasileiro, Romulo entrou em campo apenas pela sexta vez – a terceira como titular (jogou antes contra Coritiba e Botafogo). Nos tempos de vaias no Vasco, ele teve apoio dos líderes do elenco, como Felipe. Hoje, mais experiente, Romulo tenta não se abalar.

– Todo jogador precisa de sequência. Estou trabalhando firme durante todo esse tempo e nunca deixei cair. E a parte de ritmo de jogo é diferente. Com certeza a gente quer estar jogando, mas isso depende do treinador – afirmou o meio de campo.

Globo Esporte