Prevista para a próxima terça-feira (17), uma nova paralisação dos médicos da rede pública estadual vai interromper o atendimento eletivo e de consultas agendadas em todo o Piauí. Com o movimento, a categoria pretende chamar a atenção do poder público para as condições de trabalho, a necessidade de contratação de mais profissionais e para a melhor operacionalização da instalação do ponto eletrônico nos hospitais.
Os médicos pedem que o ponto eletrônico seja implantado segundo as leis trabalhistas e que leve em consideração o banco de horas e as horas extras feitas pelos profissionais. O objetivo é fazer com que seja gerado um relatório de início e término do expediente e que o documento fique acessível aos profissionais para que eles tenham como provar que a informação gerada pelo sistema é verídica.
Procurada pela reportagem do ODIA, a assessoria do Sindicato dos Médicos do Piauí (Simepi) informou ainda que é preciso pensar um sistema de banco de horas e horas extras que leve em consideração fatores como a função que o médico exerce e a impossibilidade de estabelecimento de horários fixos de atendimento em alguns casos. “Um médico que está em procedimento cirúrgico, por exemplo, não vai poder sair da sala de operação para bater o ponto. Portanto, ele vai bater o ponto depois e essa hora a mais que ele trabalhar provavelmente não vai contar como banco de hora nem hora extra”, explica Lúcia Santos, diretora do Simepi e da Federação Nacional dos Médicos (Fenam).
Apesar de já ter um calendário de manifestações em execução, o Simepi informou que, caso a categoria seja recebida pelo poder público na segunda-feira, como está sendo planejado, o movimento pode ser interrompido, desde que sejam apresentadas propostas satisfatórias na reunião.
Se as reivindicações não forem atendidas, a paralisação continua e ao final da terça-feira, a categoria fará uma assembleia para decidir os direcionamentos da manifestação. A paralisação dos médicos está prevista para durar apenas um dia e tem um caráter de alerta para as autoridades competentes. “Não iremos deixar precarizarem nossa profissão”, finaliza Lúcia Santos.
Os atendimentos eletivos do HGV já foram adiados neste mês, devido ao ponto facultativo decretado na última sexta-feira (13). Consultas e cirurgias que estavam marcadas para esse dia foram reagendas para cerca de 30 dias depois, em novembro.
Fonte: O Dia