Em 2021, a abertura de contas correntes por canais digitais ultrapassou pela primeira vez as criadas por meios físicos no Brasil. Por celulares, tablets e computadores, foram 10,8 milhões de contas abertas, um crescimento de 66% em relação ao ano anterior. Em agências, foram 9,9 milhões.
Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (21) pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos) em parceria com a Deloitte. O levantamento mostra que canais eletrônicos ganharam força nos últimos dois anos, especialmente os dispositivos móveis (celulares e tablets).
Em 2021, 70% das operações bancárias foram digitais. Só em aparelhos mobile, foram realizadas 67,1 bilhões de transações.
O número representa um crescimento de 28% em relação ao observado em 2020, quando transações por mobile representaram, pela primeira vez, mais da metade do total.
Em 2021, 56% das transações foram feitas por dispositivos móveis. Incluindo outros meios, o número total de transações bancárias cresceu 15%. A convergência para o mobile ganhou força durante a pandemia, e teve outros efeitos na indústria bancária.
Segundo a pesquisa da Febraban, houve uma redução de 20% em transações de pagamentos por canais físicos. Além disso, nos caixas eletrônicos, as consultas caíram 35% entre 2020 e 2021. Ao todo, agências e caixas eletrônicos tiveram uma queda de 16% e 7%, respectivamente, no número de transações.
O número médio de acesso aos bancos pelo celular também aumentou, de 24 vezes ao mês em 2020 para 40 em 2021. A pesquisa mostra que o cliente médio acessa mais, faz mais consultas e mais transações financeiras.
Para Rodrigo Mulinari, diretor do Comitê de Inovação e Tecnologia da Febraban, a tendência ainda é de crescimento dos meios digitais.
“A tendência, pela solução que os bancos entregam no mobile, que é completa e segura, é que esse percentual deve aumentar cada vez mais, principalmente porque o Pix incentiva isso. Nos próximos anos, veremos se acentuar esse crescimento do mobile frente aos outros canais bancários”, disse em entrevista a jornalistas.
A pesquisa também mostra que o número de cadastrados no Pix, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, cresceu 72% na comparação entre o período de 12 meses até março de 2021 e 2022.
“Tem dois movimentos acontecendo no Pix, uma adesão forte e o aumento da utilização. Ao longo do tempo, eu acredito que o Pix vai se tornar uma das grandes transações que vão impulsionar a alavancagem das transações bancárias”, disse Rodrigo Mulinari.
O 3ª volume da Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2022 (ano-base de 2021) entrevistou 22 bancos que, somados, representam 87% dos ativos da indústria bancaria do país.
Fonte: Gustavo Soares/Folhapress