Laudo preliminar do Instituto de Medicina Legal aponta que a ossada encontrada no sítio da família do bebê morto não é humana.
Ontem, equipe da perícia do IML foi chamada no sítio onde morava a família de Wesley Carvalho Ferreira, de 1 ano e 9 meses, que teria sido morto em ritual no povoado São Bento, zona rural de Teresina.
O Cidadeverde.com obteve informação que a primeira análise mostra que a ossada não é compatível como o corpo humano. Por questão de protocolo, uma equipe do setor de Antropologia do IML faz novas análises para conclusão do laudo.
Ritual de seita
Um total de 11 pessoas da mesma família foram presas suspeita de participação da morte de Wesley.
Em depoimento ao Conselho Tutelar, a mãe do bebê contou que a família do marido cultuava um profeta que era um adolescente de 12 anos.
Segundo parentes, o bebê teria morrido desnutrido, já que no ritual todos da família ficavam de jejum, inclusive as crianças. A criança teria ficado duas semana sem comer.
“Segundo a mãe do bebê, eles cultuavam um adolescente que é membro da família que se dizia profeta e era uma espécie de Deus para eles. Era uma espécie de seita, eles faziam ritual de orações, faziam jejum total sem alimentação, higiene e sem consumo de água, afirmando que queriam quebrar uma maldição”, disse Socorro Arrais, conselheira tutelar que ouviu a mãe de Wesley.
Prisões
No dia 21 de março, sete pessoas foram presas e apreendidas por agentes da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) que investiga o caso do bebê Wesley Carvalho, que desapareceu em dezembro de 2021. Na ação foram apreendidos quatro adolescentes com idades entre 12 e 17 anos, inclusive o suposto profeta, e quatro adultos, todos familiares do bebê.
Um mês antes, no dia 22 de fevereiro, a polícia havia prendido a mãe, o pai e os avós paternos da criança após apresentarem depoimentos contraditórios. Segundo a DPC-PI, suspeita-se que a família esteja de conluio para esconder a verdade sobre os fatos.
Antes das prisões, a família alegava que Wesley havia sido sequestrado em 29 de dezembro de 2021 na Praça da Bandeira, no Centro de Teresina.
Essa ideia, no entanto, foi questionada pelo delegado Matheus Zanatta, gerente de Polícia Especializada, que informou em fevereiro que a polícia trabalhava com a hipótese de homicídio com ocultação de cadáver em relação ao caso do bebê de 1 ano e 9 meses.
A família morava em Altos, mas após o desaparecimento da criança se mudou para a cidade de Teresina. A polícia já realizou uma perícia na casa de Altos, para tentar encontrar provas do que pode ter acontecido com a criança, inclusive encontraram várias roupas jogadas em um terreno. Essas roupas foram recolhidas pela perícia.
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