O preço médio do etanol hidratado nos postos brasileiros manteve-se em alta e fechou a semana a R$ 4,990 por litro, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis). O produto pode ser encontrado até por R$ 7,899 por litro.
Em um mês, o preço médio do etanol acumula alta de 7,4% nos postos. O movimento acompanha a escalada do preço da gasolina após os mega-aumentos anunciados pela Petrobras no último dia 11 e reverte curva de queda que o biocombustível vivia no início do ano.
Nas usinas de São Paulo, o produto subiu 4,26% na semana, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Esalq/USP. Em um mês, a alta acumulada é de 8%.
O etanol anidro, que é misturado à gasolina, também permanece em alta, apesar da redução dos impostos de importação feita pelo governo para tentar incentivar a competição. Esta semana, o preço do produto subiu 1,7% nas usinas paulistas. No mês, acumula alta de 14,4%.
A ANP detectou também a terceira alta seguida no preço médio do botijão de gás no país, que chegou a R$ 113,63 esta semana. É o maior valor desde que a agência começou a sua pesquisa semanal de preços dos combustíveis, em 2004.
Na semana, a alta foi de 0,3%. Desde o reajuste de 16,1% nas refinarias, a alta acumulada do produto nas revendas é de 11%.
A escalada de preços preocupa o setor, que experimentou forte queda nas vendas em 2021 e vê o cenário se repetir neste início de 2022. Em sua pesquisa, a ANP identificou revendas vendendo o botijão de 13 quilos a até R$ 160, como nas duas semanas anteriores.
O preço da gasolina ficou praticamente estável esta semana, com queda de 0,1%. Foi a segunda semana de recuo após o recorde atingido na semana seguinte ao reajuste nas refinarias.
Segundo a ANP, o preço médio do produto ficou em R$ 7,202 por litro.
A agência encontrou gasolina por até R$ 8,499 por litro, R$ 0,45 a menos do que o maior valor verificado na semana passada.
O diesel teve alta de 0,4% na semana, chegando ao preço médio de R$ 6,593 por litro. O valor, porém, é menor do que os R$ 6,654 vigentes na semana seguinte ao aumento nas refinarias. A ANP encontrou o combustível sendo vendido a R$ 7,979 por litro.
Com a valorização do real e a queda nas cotações internacionais do petróleo nos últimos dias, o preço da gasolina nas refinarias brasileiras já está um pouco mais cara do que paridade de importação, conceito utilizado pela Petrobras em sua política de preços dos combustíveis.
Segundo dados da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), no fim do pregão de quinta (31), a gasolina brasileira custava, em média, R$ 0,04 por litro a mais do que o valor necessário para importar o produto dos Estados Unidos.
O diesel permanecia ainda R$ 0,08 por litro abaixo do preço de paridade de importação. Nesta sexta, a cotação do dólar continuou em queda, o que pode reverter essa situação.
A Petrobras anunciou os últimos reajustes nos preços de gasolina, diesel e gás de cozinha no último dia 11, o que levou os preços finais de venda dos produtos a bater recordes na semana seguinte, intensificando as pressões sobre a direção da estatal.
No início desta semana, o presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou troca no comando da Petrobras, com a demissão do general Joaquim Silva e Luna antes de completar um ano no cargo. Para substituí-lo, o governo indicou o economista Adriano Pires.
A indicação será avaliada pelos acionistas da petroleira em assembleia no próximo dia 13. Como tem maioria das ações com votos, o governo não pode ser derrotado.
Fonte: Folhapress