Foi referendada na manhã desta segunda-feira (07) a fusão cruzada entre MDB e PSD, com a filiação dos deputados Marcos Aurélio Sampaio, Fábio Abreu e do superintendente do DER, Castro Neto, ao PSD. O evento ocorreu com a presença, inclusive, do presidente nacional da sigla, Gilberto Kassab (PSD).
Na solenidade, Kassab destacou o potencial que tem a união para fortalecer a força política dos partidos nas bancadas da Câmara Federal e na Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi). O ex-ministro frisou acreditar que a fusão cruzada permitirá a eleição de até 10 estaduais e cinco federais.
Ele deixou uma mensagem aos membros do partido para que não vejam a fusão como uma “separação de forças”, mas como uma extensão desta.
“Sou fundador do PSD e vejo isso aqui como uma extensão do trabalho de todos nós. Vejo como uma união de forças e não como uma separação de forças. Essa solenidade é como uma união de algo que veio para ficar de pessoas de bem com muito peso político no Piaui. Uma união que fará com que a bancada dos partidos na Assembleia seja quase majoritária, acho que vai ultrapassar dez deputados estaduais e também quase majoritária que poderá chegar a quatro ou cinco na Câmara dos deputados. Isso vai respaldar e muito junto com os dois senadores, Marcelo Castro e Wellington Dias, fazem muita força, pois quando há unidade há força. Estado onde não há unidade não há força”, destacou.
Ao final do discurso, Kassab ainda brincou e fez um “convite” para Rafael Fonteles se filiar também ao PSD: “O futuro senador Wellington Dias está filiado ao PT e o futuro governador Rafael Fonteles se filia ao PSD”, disse.
O presidente estadual do PSD, Júlio César destacou a unidade no grupo que a fusão entre as siglas demonstra.
“Tem uma importância muito grande, é um sentimento de unidade, grandeza, é um sentimento de grandeza de um grupo unidade para trabalhar por seu povo”, afirmou.
Marcelo Castro crítica sistema eleitoral
O presidente estadual do MDB, o senador Marcelo Castro, pontuou que a fusão entre as siglas é algo único no país e avaliou os motivos que levaram à necessidade da união. Na fala, ele fez críticas ao sistema eleitoral do Brasil e fragmentação partidária no Congresso Nacional.
“Acredito que o que está ocorrendo aqui servirá de plataforma para outros estados do Brasil, que é os deputados estaduais concorrerem por um partido e os federais por outro. Isso é inédito e nunca aconteceu. Por que isso está ocorrendo? Porque temos no Brasil um sistema eleitoral que é um dos piores do mundo e temos pelo menos duas coisas que chamam atenção que é uma hiperfragmentação dos partidos. Não tem nenhum parlamento no mundo que tenha 26 partidos representados no Congresso Nacional, isso é a falência da administração, a decretação da ingovernabilidade a dificuldade que tem qualquer presidente de governar com essa fragmentação”, pontou.
“Sei que não foi tarefa fácil”, diz Wellington Dias
O governador Wellington Dias revelou ter acompanhado de perto as negociações para a fusão entre PSD e MDB e disse que não foi fácil para os líderes deixarem suas siglas. Porém, ressaltou que os membros decidiram por referendar a união pensando à frente e com maturidade, ou seja, no fortalecimento que se espera que as filiações cruzadas tragam para o grupo.
“Eu que acompanhei, sei que não é uma decisão fácil. Sei do carinho, amor por nossos partidos. Mas como foi dito, temos regras novas e trabalhamos com regras. Esse ato aqui hoje é um gesto em favor do povo do Piauí e quando dia 02 de outubro tenho certeza, quando for umas 19h vamos abrir às urnas e ver que esse ato foi capaz de nos levar para algo como 4 vagas de federais com esse time”, frisou.
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