O estudante piauiense Lucas Martins foi aprovado em um dos vestibulares mais difíceis do país, o da Universidade de São Paulo (USP). O jovem conquistou o 1º lugar em medicina e fará o curso no campus da universidade em Ribeirão Preto. Ao g1 o futuro médico falou sobre a sua preparação para a Fuvest, o apoio da família e de sua paixão pela profissão escolhida.
Gosto pelos estudos
Lucas sempre gostou de estudar. Desde pequeno, sempre foi um aluno exemplar. Segundo o jovem, ter um bom rendimento na escolar significava retribuir aos pais todo o esforço que eles haviam feito para garantir que o rapaz tivesse acesso a uma educação de qualidade.
“Sempre valorizei o conteúdo que era dado, nunca fui de ficar de recuperação, de fazer prova de qualquer jeito. Eu fazia prova valendo para mostrar o meu esforço, porque eu sei o tanto que meus pais se esforçam para me dar um ensino de qualidade. Então, eu sempre tive isso em mente que eu precisava retribuir o que eles me deram”, afirmou.
Apoio da família
Os pais do estudante são professores universitários. Lucas contou que o apoio deles foi fundamental para que pudesse conquistar uma vaga em uma das melhores universidades do país.
“Quem tem esse apoio, já vem com um auxílio. Eles sempre estavam dispostos a me ajudar. Quando eu era menor, minha mãe me ajudava nas tarefas. Na área de biologia, sempre que eu tinha alguma dúvida, eles estavam lá para me ajudar. Eles me recompensavam pelos frutos que fui colhendo ao longo da vida”, relatou.
Paixão pela Medicina
Lucas decidiu ser médico quando tinha 12 anos. Segundo ele, as séries Grey’s Anatomy e The Good Doctor influenciaram a sua escolha.
“Eu sei que a realidade na maioria dos hospitais é bem diferente, mas eu achava massa as cenas de cirurgias, achava tudo muito lindo. Querendo ou não, é uma profissão muito linda”, disse.
No terceiro ano do ensino médio, o estudante chegou a pensar em seguir outros caminhos. Contudo, ele voltou atrás e decidiu cursar medicina.
“Neste último ano, durante a pandemia algumas inseguranças me atingiram. Eu pensei ‘será que eu quero engenharia?’. Levando em consideração a carreira, a estabilidade e como eu gostava bastante da área de biológica, optei por medicina”, explicou.
Preparação
Para Lucas, o segredo para ter bons resultados em vestibulares é a constância nos estudos. “No ensino médio, vieram os simulados, aulas à noite e os estudos se intensificaram. Desde o primeiro ano do ensino médio eu vinha fazendo vestibular seriado lá de Juiz de Fora e isso me motivou ainda mais a estudar. Eu já tinha em mente que queria medicina, então se bobeasse no primeiro ano, eu já estava fora”, destacou.
Para o coordenador do colégio onde Lucas estudou, Vitor Loureiro, constância é a palavra que define o aluno. “O Lucas sempre foi um menino comprometido, um menino de hábito. Isso é um segredo fundamental para quem quer passar no vestibular de alto desempenho. Então, a constância do Lucas é o hábito, o ser constante sempre foi uma característica dele”, ressaltou.
Lucas Martins e o coordenador do colégio onde o jovem estudou, Vitor Loureiro — Foto: Laura Moura /g1
O aluno tem mais afinidade com as áreas de Ciências Exatas e Ciências da Natureza. As dificuldades estavam presentes em Linguagens e Humanas. Por isso, ele passou a se dedicar mais para essas áreas. O jovem fazia uma a duas redações por semana, totalizando mais de 60 ao longo do ano.
“O colégio já dava um apoio muito grande porque a gente tinha duas aulas de redação por semana e duas aulas de oficina de redação. Então, a gente já tem que fazer a redação na escola. A gente não leva serviço para casa. Então uma redação por semana estava garantido”, explicou Lucas.
O jovem não pensava em fazer a Fuvest. Lucas planejava realizar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o vestibular da Universidade de Campinas (Unicamp) e o seriado da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
“Minha família falou para eu fazer o da USP já que eu ia para São Paulo [fazer o vestibular da Unicamp]. Mas eu disse que não ia com muito compromisso, porque já tinha tanto vestibular para fazer, aí não tinha como eu me dedicar igualmente para o da USP. Eu fui com essa calma na cabeça e me ajudou muito, porque eu fui sem pressão”, contou.
Com a matrícula já realizada na instituição, Lucas já se prepara para a sua nova vida como universitário.
G1