Após receber sugestões da área técnica do governo de conceder um subsídio para diminuir o preço do gás de cozinha para famílias de baixa renda, o presidente Michel Temer descartou a medida neste momento.

Temer pretende anunciar, até março, medidas para reduzir o peso do produto no orçamento familiar. Segundo o presidente, “a solução não é fácil” e o caminho não será a concessão de subsídios.

A área técnica chegou a avaliar duas saídas: uma seria a concessão de um subsídio para diminuir o preço do botijão de 13 kg. A outra, conceder uma verba específica no cartão do Bolsa Família para aquisição do produto.

Essas alternativas, porém, esbarram em problemas técnicos e jurídicos e não tiveram o sinal verde do Palácio do Planalto.

Segundo assessores presidenciais, Temer pediu à sua equipe uma medida para beneficiar apenas as famílias de baixa renda. Por isso, está descartada a adoção de um mecanismo que promova uma redução linear do preço do produto. Mesmo porque, destacam assessores, o governo não quer intervir no livre mercado do produto.

No caso do subsídio, a proposta era criar um fundo a partir de recursos gerados pela arrecadação de impostos sobre gasolina e diesel para reduzir o preço do botijão de gás de cozinha. Esse produto é o mais adquirido por famílias de baixa renda. Os outros tipos não teriam esse benefício, como cilindros de gás.

Para que a medida seja realmente destinada apenas a famílias em situação de maior fragilidade econômica, a equipe de Temer chegou a sugerir também ao presidente que fosse incluído, no valor do benefício do Bolsa Família, uma verba para aquisição do gás de cozinha. Essa medida segue em estudo, mas não há nada definido por enquanto.

Nesta sexta-feira (09), o presidente disse que o governo está estudando uma “fórmula de reduzir” o preço do gás de cozinha, porque “os mais pobres” o aumento no preço do produto “tem um efeito grande”. Ele afirmou que a decisão sairá “logo”.

Em 2017, o gás de cozinha registrou a maior alta desde 2002. Em dezembro do ano passado, o valor do botijão chegou a R$ 66,53, alta de 16,39% em relação a 2016, já descontada a inflação. Em 2002, o aumento havia sido de 34%.

G1