O ataque que tirou do ar diversos serviços do Ministério da Saúde, incluindo o ConecteSUS e sistemas de registro de casos leves de Covid-19 e aplicação doses de vacina contra a doença, também chegou à Controladoria Geral da União (CGU), à Polícia Rodoviária Federal (PRF) e ao Instituto Federal do Paraná (IFPR). A informação foi confirmada pelos três órgãos.

Mais cedo nesta segunda-feira (13), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou um segundo ataque, e o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI/PR) confirmou, em nota, que mais de um órgão havia sido afetado, sem especificar quantos. Disse, ainda, que o Centro de Prevenção, Tratamento e Resposta a Incidentes Cibernéticos (CTIR Gov) emitiu um alerta sobre o ataque.

O alerta, publicado no sábado (11) e atualizado pela última vez no fim da tarde desta segunda, afirma que “alguns casos de intrusão têm ocorrido com o uso de perfis legítimos de administrador, o que dispensa, ao atacante, ações para escalar privilégios”.

Sistema da PRF ainda não foi totalmente restaurado

Em nota, a PRF confirmou que o Sistema Eletrônico de Informações (SEI), segue fora do ar e que “equipes de técnicos da PRF estão trabalhando ininterruptamente para restaurar seus sistemas através dos back-ups, necessitando ainda de um prazo de 48h”. O SEI é um sistema existente nos órgãos federais pelos quais os servidores emitem informações oficiais.

Já a CGU afirmou que teve seu serviço de nuvem atingido por uma invasão por volta das 17h40 de sexta. O órgão disse que mantém backup de todos os dados e que, na noite desta segunda-feira, estava com todos os serviços operacionais.

O IFPR, por sua vez, afirmou, na noite de sexta, que “o ambiente de nuvem do IFPR sofreu um grande ataque hoje [sexta] por volta das 18h”. No sábado, a Diretoria de Tecnologia da informação e Comunicação do instituto afirmou que “a AWS conseguiu recuperar boa parte dos arquivos durante a madrugada, agora é o trabalho manual de reconstruir todo o ambiente”, e que o ataque afetou somente os dados internos. Nesta segunda, a instituição disse que o serviço já estava perto da normalização.

Em comum, os órgãos atacados na última sexta usam o mesmo serviço de computação em nuvem. Ele foi contratado em um pregão eletrônico em 2018 pelo então Ministério do Planejamento. A vencedora foi a empresa Primesys, uma subsidiária da Embratel.

Procurada, a Embratel afirmou que cada órgão é responsável pela administração do ambiente de nuvem, e que atua apenas como “broker de Infraestrutura como Serviço” (IaaS, na sigla em inglês). Em outras palavras, a empresa faz o papel de mediadora entre o órgão público e o serviço privado oferecido, nesse caso, pela AWS, serviço de número da empresa americana Amazon. Ainda de acordo com a Embratel, “o edital e a ata de registro de preços não incluíram serviços de segurança de dados de nossa empresa”. A empresa afirmou, ainda que “por questões contratuais” não comenta temas relacionados a clientes e que está “apoiando os órgãos governo nas suas necessidades técnicas”.

Meio Norte