O Ministério da Saúde divulgou uma nota técnica, na noite desta quinta-feira (25), informando que pessoas que se vacinaram contra a Covid-19 com o imunizante Janssen terão de tomar apenas uma dose de reforço, e não duas, como anunciou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na última semana. Na quarta-feira (24), o R7 já tinha antecipado que a pasta mudaria o entendimento sobre as doses de reforço da Janssen.

Segundo Queiroga, quem tivesse tomado a vacina de dose única receberia mais uma aplicação do mesmo imunizante depois de dois meses e teria mais um reforço cinco meses após as duas doses da Janssen. No entanto, a nota técnica desta quinta recomenda só uma dose de reforço.

“O Ministério da Saúde recomenda a dose de reforço (segunda dose) às pessoas que tomaram o imunizante Janssen a ser feito de forma homóloga, ou seja, uma segunda aplicação com o mesmo imunizante Janssen no intervalo mínimo de 2 meses, podendo este intervalo ser de até seis meses, cuja estratégia pontual dependerá do cenário epidemiológico local e adjacências e condições específicas da população que recebera o imunizante da Janssen previamente”, diz o documento da pasta.

A Saúde destacou que o reforço é necessário porque observou “um número de infecções em indivíduos totalmente vacinados com o esquema primário”. “Nesse sentido, os reforços podem aumentar a imunidade decrescente e expandir a amplitude contra variantes preocupantes”, destacou a pasta. Segundo o ministério, grávidas ou mulheres que acabaram de dar à luz que receberam a dose única da Janssen devem utilizar como dose de reforço o imunizante Pfizer.

Para basear o novo entendimento, o Ministério da Saúde usou informações de um estudo feito pela Johnson & Johnson, fabricante da Janssen, sobre a utilização de uma dose de reforço do imunizante em um intervalo superior a 28 dias da aplicação da dose única da vacina.

Segundo o ensaio, quando um reforço da vacina Janssen foi aplicado dois meses após a primeira dose, os níveis de anticorpos aumentaram de quatro a seis vezes mais do que o observado após a dose única.

O estudo também mostrou que a aplicação da dose extra seis meses após a dose única aumentou os níveis de anticorpos nove vezes uma semana após o reforço, que continuaram a subir para 12 vezes mais em quatro semanas após o reforço.

A nota técnica do Ministério da Saúde ainda traz dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, que fez um teste com 9 mil voluntários em outubro deste ano e constatou que a eficácia contra casos moderados e graves da doença aumentou de 74% para 94%. Segundo a Saúde, “os autores [do estudo] observaram um aumento rápido de anticorpos após a dose de reforço após 2 meses e 6 meses, refletindo a resposta anamnéstica, consistente com a proposta de doses de reforço”.

R7