Um estudo feito por pesquisadores da universidade americana Virginia Commonwealth aponta que 80% dos que perdem olfato ou paladar após uma infecção por Covid recuperam os sentidos em até 6 meses.

As constatações foram divulgadas em meados de setembro. Os cientistas estão monitorando, a longo prazo, casos de perda de olfato e/ou paladar após a infecção pela Covid-19. Até agora, quase 3 mil pessoas nos EUA participaram do estudo.

Apesar de considerar esse um bom percentual, o pesquisador Evan Reiter, professor e vice-presidente do departamento de otorrinolaringologia da universidade, avaliou que 20% dos pacientes não recuperarem os sentidos em até 6 meses “ainda é muita gente, dados os milhões de pessoas que sofrem de Covid-19″.

Essa etapa da pesquisa considerou as respostas de 798 pessoas que tiveram perda de olfato ou paladar, todas com 18 anos ou mais. Veja outras conclusões:

  • Ter menos de 40 anos foi associado a uma maior chance de recuperação do olfato. Entre as pessoas estudadas, 83,2% daquelas abaixo de 40 anos recuperaram o olfato. Entre as que tinham mais de 40 anos, esse percentual foi de 74,5%.
  • Pessoas com histórico de traumatismo craniano tinham menor probabilidade de recuperar o olfato.
  • A recuperação também foi menos provável para aqueles que sofreram com falta de ar durante a infecção pela Covid-19.
  • Já aqueles com congestão nasal tiveram maior probabilidade de recuperação do olfato.

“O aumento da probabilidade de recuperação do olfato em indivíduos com congestão nasal é lógico, simplesmente porque você pode perder o sentido do olfato porque está muito congestionado e os odores não podem entrar em seu nariz”, explicou Evan Reiter, professor e vice-presidente do departamento de otorrinolaringologia da universidade.

Na prática, isso significa que, nesses casos, as pessoas teriam perdido pelo congestionamento do nariz, e não porque o coronavírus tivesse causado algum dano aos nervos responsáveis pelo olfato.

Resultados anteriores do mesmo grupo apontaram que:

  • 43% dos participantes relataram se sentir deprimidos.
  • 56% relataram diminuição do prazer de viver em geral durante a perda de olfato ou paladar.
  • A preocupação mais comum com a qualidade de vida foi a redução do gosto pela comida, com 87% dos entrevistados indicando que era um problema.
  • incapacidade de cheirar fumaça foi o risco de segurança mais comum, relatado por 45% dos entrevistados.
  • A perda de apetite (55%) e a perda de peso não intencional (37%) continuam a representar desafios para os pacientes.

G1