Cerca de metade dos atendimentos por crime sexual no SUS (Sistema Único de Saúde) é de vítimas recorrentes, ou seja, pessoas que sofreram algum delito do tipo mais de uma vez na vida. E duas a cada três vítimas recorrentes são menores de 14 anos, classificadas como vulneráveis.
É o que aponta levantamento exclusivo do Jornal da Record com base no Sinan (Sistema Nacional de Agravos de Notificações), do Ministério da Saúde.
Os dados mais recentes são relativos a 2019. Naquele ano, das 36.180 vítimas de crime sexual que passaram por unidades de atendimento de saúde, 17.899 (49,47% do total) já tinham sofrido ataques anteriormente. Os delitos desse levantamento incluem estupros, assédios, importunações, exploração e exposição imposta à pornografia.
Vítimas de crime sexual atendidas no Sistema Único de Saúde (SUS):
2016: 24.464
2017: 29.301
2018: 33.417
2019: 36.180
Vítimas recorrentes (que sofreram algum crime sexual mais de uma vez):
2016: 11.171 (45,66% do total)
2017: 13.602 (46,42% do total)
2018: 16.465 (49,27% do total)
2019: 17.899 (49,47% do total)
Os estados de São Paulo e Rio de Janeiro registram alta nas estatísticas de estupros em 2021. De janeiro a agosto, a polícia paulista recebeu a denúncia de mais de 7.652 casos, 10,2% a mais em comparação com o mesmo período do ano passado. No RJ, são 3.345 estupros registrados em 2021, um aumento de 14,5% em relação a 2020.
R7