O ex-prefeito de Esperantina, no Piauí, Felipe Santolia, foi preso pela Polícia Civil nesta quarta-feira (23) em Caraguatatuba, no Litoral Norte. Ele estava foragido da polícia há pelo menos um ano por desviar dinheiro do instituto de previdência enquanto era gestor.
Santolia foi preso na região central da cidade durante uma operação da polícia. De acordo com os policiais, ele usava um nome e identidades falsas na cidade e atuava como empresário em uma startup de aplicativos.
Durante a prisão, ele teria apresentado documentos falsos alegando que seria de Minas Gerais, mas admitiu a identidade na delegacia em São Paulo, onde permanece preso.
Crimes
Antonio Felipe Santolia Rodrigues foi prefeito de Espertina entre 2005 e 2008. Durante sua gestão, fez desvios milionários do sistema de previdência municipal. Ele fazia o desconto no salário dos servidores, mas não repassava ao órgão. O esquema foi descoberto e o gestor passou a ser investigado.
Em fevereiro de 2015 ele chegou a ser preso durante uma audiência no fórum da cidade, mas foi liberado menos de dez dias depois em uma decisão da justiça. À época, a decisão apontava que ele não oferecia risco de fuga.
O ex-gestor respondia ao processo pelo crime de peculato e teve mandado de prisão expedido pela justiça em 2020. Desde então, se mantinha foragido no litoral. Ele foi condenado há 12 anos e três meses.
Empresário
Após a prisão, a plataforma de aplicativos se manifestou em nota anunciando a substituição de Santolia da gerência da empresa. “O ex-CEO foi desligado do cargo devido a problemas pessoais. Para assumir as funções teremos nova reunião para nomeação do novo representante”.
A Senhor APP, gerida pelo preso, mantinha um aplicativo chamado Trilhas. A plataforma reunia comércios da cidade, em sua maioria bares e restaurantes, em que o usuário podia fazer pedidos diretamente para o estabelecimento, como forma de driblar as taxas de aplicativos de entrega.
A empresa chegou a ser anunciada pela gestão como forma alternativa para o comércio local durante a pandemia. A empresa ainda patrocinou mutirões de limpeza na cidade em ações conjuntas com a prefeitura. A última em junho deste ano. Após a prisão, a prefeitura de Caraguatatuba apagou todas as publicações que faziam menção a empresa em sua página.
G1 PI