A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) começará a entregar a vacina de Oxford ao Ministério da Saúde a partir do dia 8 de fevereiro, afirmou a presidente do instituto, Nísia Trindade, durante uma audiência sobre o combate à Covid-19 realizada pela Comissão Externa da Câmara dos Deputados.

A vacina de Oxford é desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca e pela Universidade de Oxford. No contrato firmado pelo governo federal, o Brasil receberá o chamado “ingrediente farmacêutico ativo” (IFA) para processamento e envase das doses na fábrica de vacinas Bio-Manguinhos, da Fiocruz.

O cronograma da Fiocruz derruba ao menos parte da mais recente previsão do ministro Eduardo Pazuello. No dia 17, o ministro disse prever a entrega de 24,7 milhões de doses ainda em janeiro, sendo 15 milhões delas da vacina de Oxford.

Previsão atualizada da Fiocruz

 

De acordo com Nísia Trindade, serão entregues 1 milhão de doses entre 8 a 12 de fevereiro ao Programa Nacional de Imunização (PNI) e mais 1 milhão na semana seguinte.

A partir da terceira semana, a meta do instituto é produzir 700 mil doses diárias da vacina que será chamada de Covid-Fiocruz.

“A grande angústia da nossa sociedade é com relação ao início da vacinação. Então, vou só informar a todos que, no caso da Fiocruz, nós estaremos recebendo ingrediente farmacêutico ativo para o início da produção no mês de janeiro” – Nísia Trindade, presidente da Fiocruz

 

A presidente da fundação lembrou ainda que a tanto o imunizante da AstraZeneca/Oxford quanto o próprio processo de produção na Fiocruz ainda precisarão, respectivamente, obter o registro e a certificação da Anvisa antes que as doses sejam entregues ao Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Busca por doses já prontas

 

Durante a sessão, Nísia foi questionada pelo deputado Luiz Antônio Teixeira Jr. se haveria possibilidade de o Brasil receber doses já prontas para acelerar o início da campanha de vacinação.

A presidente da Fiocruz disse que não há previsão, mas que participa de esforços junto com o Ministério da Saúde para, se possível, antecipar a vacinação com doses produzidas em outros países.

“Não é simples. A vacina ainda está sendo produzida. São 11 fábricas contratadas em todo o mundo, mas, por exemplo, nos EUA tem uma determinação para que o que é produzido lá para Covid não pode ser exportado. Mas estamos nessa busca junto com todos os produtores e teremos uma reunião com o CEO da AstraZeneca Global na semana que vem para ver essas possibilidades”, disse Nísia.

G1