No discurso gravado para a abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), o presidente Jair Bolsonaro vai insistir que o Brasil é um exemplo para o mundo na gestão ambiental, conforme relatos de integrantes do governo que tiveram acesso ao conteúdo.

Bolsonaro voltará ao tema, reforçado também por outros integrantes de sua equipe, de que ataques que o Brasil sofre na gestão ambiental têm o objetivo de atender interesses comerciais de concorrentes, em referência a outros países.

Desde o ano passado, o governo brasileiro é alvo de críticas de parte da comunidade internacional com relação às políticas adotadas para o meio ambiente. Nas últimas semanas, países europeus disseram que a postura do Brasil nessa área pode inviabilizar a confirmação do acordo comercial Mercosul-União Europeia.

O discurso de Bolsonaro ocorre na esteira das queimadas no Pantanal. Em setembro, o bioma teve recorde histórico de focos de incêndio.

Na Amazônia, principal preocupação internacional, os alertas de desmatamento subiram 34,5% no período de um ano, entre agosto de 2019 e julho de 2020. Os dados são do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Assembleia da ONU

 

Em 2020 a ONU completa 75 anos de fundação. A Assembleia Geral, marcada para a manhã desta terça-feira (22), vai ser realizada de forma remota, por conta da pandemia do coronavírus.

O video do presidente, que abre os discursos de chefes de Estado, foi gravado antes da viagem de Bolsonaro ao Mato Grosso, na última sexta-feira (18). (Veja abaixo os discursos do Brasil na Assembleia Geral da ONU desde 2008)

Na ocasião, Bolsonaro já evidenciou os argumentos que vai usar na ONU, afirmando que o agronegócio brasileiro alimenta o mundo. Interesses comerciais, segundo ele, estariam por trás das críticas ao Brasil.

G1