Pela quarta vez em maio, a Petrobras subirá o preço da gasolina em suas refinarias. O reajuste, de 5%, entra em vigor nesta quarta (26). O preço do diesel será elevado em 7%. Neste caso, é o segundo reajuste no mês, quando as cotações internacionais começaram a se recuperar do tombo sofrido após o início da pandemia.
Após o novo reajuste, o preço da gasolina sairá das refinarias da Petrobras, em média, a R$ 1,31 por litro. O repasse ao consumidor depende de políticas comerciais de postos e distribuidoras. Segundo a estatal, o valor de venda pelas refinarias representa 21% do preço de bomba -o resto são impostos e margens.
Com quatro aumentos, a gasolina vendida pelas refinarias da Petrobras tem alta acumulada de 45% em maio. O movimento, porém, ainda não foi suficiente para eliminar completamente os efeitos da série de cortes promovidos no início da pandemia.
Antes de sequência de altas, enquanto as cotações do petróleo derretiam no mercado internacional, a estatal havia cortado os preços do combustível 11 vezes, em uma queda acumulada de 55%. O movimento ajudou a derrubar a inflação brasileira nos últimos meses.
Nesta terça (26), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou que o IPCA-15, a prévia da inflação oficial de maio, recuou 0,59%, a deflação mais intensa desde o início do plano real, em 1994.
Com o aumento de 7%, o preço do diesel nas refinarias da estatal acumula alta de 15,5% em maio. A política de preços da Petrobras considera as cotações internacionais, a taxa de câmbio e os custos para importar o combustível, além de margem de lucro.
Em maio, o barril do petróleo Brent, referência internacional negociada em Londres, subiu 34,5%, de US$ 26,44 no primeiro dia do mês para US$ 35,58 nesta segunda (25). Em reais, a queda é um pouco menor, de 32,9%, já que a taxa de câmbio fechou o pregão de segunda mais barato do que no início do mês.
A ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) ainda não divulgou a pesquisa preços dos combustíveis da semana passada da semana passada. Na pesquisa divulgada no dia 15, a gasolina era vendida, em média, a R$ 3,808 por litro no país. Já o diesel custava R$ 3,055 por litro.
O ritmo de cortes nos preços da gasolina, porém, foi menor do que nas semanas anteriores, já indicando algum efeito dos primeiros aumentos promovidos pela estatal no início do mês.
Após um período de forte queda nas vendas no início da pandemia, a Petrobras passou a perceber recuperação na demanda durante o mês de maio, movimento que coincide com o relaxamento das medidas de isolamento social em diversos estados.
Assim, voltou a acelerar a produção de combustíveis. Segundo o MME (Ministério de Minas e Energia), o nível de utilização das refinarias da estatal atingiu 73,6% no domingo (24), ficando próximo dos patamares verificados antes da pandemia.
FOLHAPRESS