O ministro Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), estabeleceu nesta quinta-feira, 30, o prazo de cinco dias para que o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, preste depoimento na Polícia Federal (PF) sobre acusações feitas ao presidente Jair Bolsonaro. Moro afirmou, em entrevista exclusiva à Veja, que apresentará provas à Justiça.

Prazo inicial do depoimento, fixado pelo ministro, era de 60 dias e foi modificado por causa de “razões de urgência” apontadas por parlamentares. Com a antecipação do depoimento, o inquérito deve ter tramitação mais rápida na Corte.

Moro declarou à Veja que “não é mentiroso” e que tem, sim, evidências de que Bolsonaro tentou interferir em investigação da PF. “As provas serão apresentadas no momento oportuno, quando a Justiça solicitar”, afirmou o ex-juiz da Lava-Jato.

Na entrevista, o ex-ministro da Justiça citou a divulgação de conversas privadas com o presidente e falou que a fez “única e exclusivamente porque no pronunciamento do presidente ele afirmou falsamente que eu estava mentindo”.

“Existem ministros dentro do governo que conhecem toda essa situação e sabem quem está falando a verdade. Por esse motivo, apresentei aquela mensagem, que era um indicativo de que eu dizia a verdade, e também apresentei a outra mensagem, que lamento muito, da deputada Carla Zambelli”, afirmou Moro.

Além das evidências, a exemplo da troca de mensagens, Moro deve apresentar áudios aos investigadores da PF. Abertura de inquérito foi autorizada na última segunda-feira, 27, por Celso de Mello, após o fim de semana polêmico da demissão de Moro e do pronunciamento de Bolsonaro.

Fonte: O Povo Online