Desde a tarde desta quinta-feira (11) o ativista Antônio José da Silva tem chamado a atenção de quem passa pelas proximidades da Praça Félix Pacheco. Como forma de protesto e tentativa de impedir que as árvores sejam derrubadas, ele se acorrentou em um ponto alto de um pé de castanhola e se recusa a descer.
Segundo ele, o prefeito de Picos, José Walmir Lima, está retirando todas as árvores das praças que estão passando por revitalização e isso prejudica os frequentadores desses locais.
Antônio José da Silva afirmou que permanecerá no local por tempo indeterminado. “Até o meu limite”, expressou o senhor, que também é conhecido como Piauí Ecologia.
Segundo ele, a população que passa pelo local tem o ajudado com alimentos e água. Ele também destacou que por percorrer longas distâncias a pé, tem uma resistência que o ajuda a permanecer por um longo período de tempo em cima da árvore. O ativista disse ainda que após descer da castanhola, irá continuar sua manifestação em casa. “Eu vou subir no morro e quando eu descer eu vou me acorrentar na minha casa por tempo indeterminado”.
Questionado se a gestão municipal já o procurou, ele afirmou que aguarda uma posição dos gestores.
“Eu queria falar com o secretário de Meio Ambiente ou com o prefeito. Eu vou várias vezes na secretaria, mas eles me tratam como uma pessoa sem valor”, afirmou.
Antônio José da Silva disse também que as pessoas têm receio de se manifestarem por medo de represálias por parte do prefeito de Picos. Na ocasião, ele pediu o apoio da população nesta causa.
“Eu queria pedir à sociedade picoense para plantar mais árvores e se unir a mim para nós lutarmos para preservar as que tem. E para o poder público mudar de ideia, preservar a natureza, cuidar do que nós temos. O aquecimento global é uma realidade”, concluiu.
A gestão
O secretário de Meio Ambiente de Picos, Armínio Carvalho, destacou que a reforma deverá deixar a paisagem da Praça Félix Pacheco semelhante ao projeto original, ou seja, na mesma estrutura que ela foi construída e isso, segundo ele, requer a retirada de árvores de grande estrutura do espaço, pois após o início das obras, algumas árvores irão acabar caindo.
“Todo mundo sabe que quando a praça foi inaugurada, em 1942, ela tinha os canteiros rebaixados, na verdade era um canteiro que media de 15 a 20 centímetros de altura […]. Atualmente os canteiros das praças medem 1,10 m de altura, então, automaticamente, com essas árvores que foram plantadas após o levantamento desses canteiros, na hora que a gente for rebaixar os canteiros, automaticamente, essas árvores vão desabar. Existem duas, três árvores de médio porte lá e uma delas é esse pé de castanhola e é importante salientar que os pés de castanhola têm uma raiz rasa e ela cresce muito, mas de maneira rasa e lateral. Então, é inevitável, com o rebaixamento dos canteiros, permanecer com os pés de castanhola. Não é que a gente está querendo tirar toda a sombra da praça, até porque as árvores nativas que temos na praça, permanecerão […]. Nós vamos plantar outras árvores nativas, que com um, dois anos, darão outro padrão de beleza à praça”, explicou.
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ANTÔNIO JOSÉ DA SILVA
ARMÍNIO CARVALHO