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Empresários de Goiás são presos suspeitos de sonegar R$ 93 milhões no Piauí

Dois grandes atacadistas do Centro-Oeste do país, foram presos na noite da última quarta-feira(10), por policiais do Piauí, na cidade de Anápolis-GO, onde moram. João Batista Victor e Maurício Miguel são suspeitos de sonegar impostos ao Piauí, além de falsidade ideológica e organização criminosa. O rombo seria de mais de R$ 90 milhões nos últimos dez anos.

O delegado João José, titular delegacia especializada em Crimes Contra a Ordem Tributária, foi o responsável pela investigação e prisão dos empresários, juntamente como o delegado Josimar Brito, que são ligados à empresa Pérola, com atuação no estado do Goiás, que tem faturamento estimado em mais de R$ 1 bilhão.

As investigações começaram em 2017, com a prisão de várias pessoas, incluindo uma família de Campo Maior, apontada como responsável pela criação de dezenas de empresas de fachada. A dupla presa, esta semana, venderia mercadorias para as empresas fantasmas no Piauí. Ao todo, 19 pessoas foram indiciadas.

“Essas empresas eram criadas por falsários aqui no Piauí da família Amisterdan de Campo Maior. Eles criavam as empresas e ofereciam para os empresários efetuarem compras em Anápolis, por sua vez a empresa passou a ter conhecimento desse esquema, mas ficou na dela, porque estava vendendo, não estava tendo prejuízo, apenas quem estava tendo prejuízo era o Piauí, porque as empresas eram usadas como fantasma, como laranjas, e a empresa verdadeira ficava sem pagar, porque nem a mercadoria vinha para o Piauí e muito menos se pagava imposto”, informou o delegado J.J.

Ele disse que o pedido de prisão dos empresários foi aceito pela Justiça e durante o cumprimento dos mandados foram feitas também busca e apreensão dos celulares dos suspeitos.

O ministério público já pediu o bloqueio de pelo menos R$ 17 milhões, já que a maior parte dos crimes têm mais de cinco anos e já estão prescritos.

Os dois empresários foram transferidos para Teresina, onde estão presos na Polinter e devem ser ouvidos na próxima segunda-feira(15). O delegado informou que as outras 17 pessoas já foram todas ouvidas e que o promotor Plínio Fontes pode solicitar o bloqueio de mais recursos.

“Mais da metade dos R$ 93 milhões já estão prescritos, inicialmente o promotor pediu este bloqueio, mas isso não significa que o valor não possa aumentar”, destacou João José.

A operação Anápolis 2, teve a primeira fase deflagrada há quatro meses, quando a Decoterc prendeu dois vendedores da empresa e obteve por meio de delação premiada, informações relevantes que desencadearam uma nova fase da investigação.

A reportagem do Cidadeverde.com tentou contato com o grupo Pérola que não atendeu aos telefones indicados no site da empresa e não retornou nossa solicitação por e-mail.

Cidade Verde