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UFPI de Picos prevê corte nas pesquisas, bolsas e de terceirizados após bloqueio de verba

Após o anúncio do bloqueio de 30% na verba das instituições de ensino federais de todo país, a comunidade acadêmica se preocupa com os cortes que terão que ser feitos.

O diretor da Universidade Federal do Piauí, campus de Picos, Francisco Gleisson, destacou os principais impactos que a instituições sofrerá.

“O custeio da universidade, ele paga energia, água, telefone, internet; ele paga todos os serviços de terceirizados, que são os vigilantes, limpeza, as pessoas de apoio administrativo e também todos os contratos de manutenção de veículos, de combustíveis, de manutenção de geradores, de dedetização, contrato de limpeza de geladeiras, Splits. Nós temos uma estrutura montada, mas fazer funcionar essa estrutura, nós precisamos da manutenção. Então o que se paga ainda com o dinheiro desse custeio, todos os produtos dos reagentes que são comprados para os laboratórios da área de saúde, por isso que vai impactar a pesquisa”, explicou.

Diretor da Universidade Federal do Piauí, campus de Picos, Francisco Gleisson

Francisco Gleisson falou ainda que a falta do dinheiro, implicará diretamente na redução ou até mesmo a extinção das pesquisas acadêmicas, definida por ele, como algo de suma importância para o país. As bolsas de pesquisas de extensão e monitorias também são pagas com esse recurso que foi bloqueado.

“A universidade tem um impacto social muito grande dentro de uma comunidade. Hoje no campus de Picos nós temos 3.254 mil alunos, é uma quantidade de alunos significativa, nós temos onze cursos e nós temos em torno de 192 professores efetivos, 73 técnicos efetivos e 86 serviços terceirizados, que inclui motoristas e etc. Nós temos o impacto social, porque os professores que coordenam, dependendo da pesquisa, ele faz essas experiências nos laboratórios e a gente precisa comprar os reagentes. Eles fazem coleta, então eles precisam utilizar o carro da universidade. Hoje na universidade nós temos 52 projetos de extensão, que nós atendemos a toda comunidade de Picos e da macrorregião, nós temos atividades de extensão que atende pessoas do Parque de Exposição, então são projetos na área de enfermagem, biologia, licenciatura, então as extensões trabalham diretamente com o público que mora ao redor da unicidade, ou que esteja fora dela também”, pontuou.

Demissões

O diretor da unidade de ensino superior afirmou ainda que até o próximo mês um número muito expressivo de servidores terceirizados deverão ser demitidos, comprometendo a segurança e limpeza do local, além de serviços administrativos. O Restaurante Universitário (R.U.) também deverá ser impactado.

“O impacto maior é na folha de terceirizados. Aqui nós temos uma área de 16 mil metros construídas, com 20 mil metros de área pavimentada, então tem que ter uma limpeza dentro de toda essa estrutura. Hoje a gente percebe que além da limpeza, além do serviço de vigilância, o nosso campus é um campus aberto. Nós temos hoje 20 vigilantes, porque eles trabalham por turno e nós vamos ter também que demitir 50% desses vigilantes para o próximo mês”, informou.

Segundo Francisco Gleisson, desde 2017 que os recursos para as universidades federais estão sendo reduzidos, ele fala que os cortes de gastos por parte da administração do campus começaram desde esse período. Segundo ele, foi iniciada uma campanha de economia de energia, papel para impressão, por exemplo, para tentar manter os serviços necessários para o prédio da UFPI em Picos.

“Hoje o que se impacta dentro da universidade como bloqueio, nós vamos ter o impacto social, econômico e de renda. A UFPI, o princípio dela é formar recursos humanos de qualidade, e isso nós formamos, mas fora isso, nós temos os próprios trabalhadores, que gera emprego e gera renda para a cidade. Então imagina, no nosso campus circulam em torno de quatro mil pessoas por dia, então tem um impacto muito grande dentro de uma região”, lamentou.

Reunião

O diretor da UFPI falou ainda que representantes de todas as instituições federais do Piauí se reuniram com deputados estaduais para pedirem que os parlamentares intervenham por eles no caso do bloqueio, a reunião foi articulada pelo reitor da UFPI, Arimatéia Dantas e aconteceu na última sexta.

Gleisson disse que a situação é muito grave e pediu apoio da população que procurem os representantes políticos do estado para intervir junto ao Ministério da Educação sobre o corte de verbas.

CONFIRA A ENTREVISTA COMPLETA COM FRANCISCO GLEISSON