Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi), houve um aumento dos casos de sífilis no Estado, tanto entre gestantes como a congênita (em bebês). Entre as gestantes, foram registrados 550 novos casos entre os anos de 2016 (329) e 2018 (879), o que representa um crescimento de 61%. Já a sífilis congênita teve um aumento de 29% entre os anos de 2016 (439) e 2018 (622).

A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), curável e causada pela bactéria Treponema pallidum. Apesar de sua principal forma de transmissão ser por meio da relação sexual, ela também pode ocorrer de maneira vertical, ou seja, passada de mãe para filho durante a gestação ou no parto.

Existem três tipos de sífilis: em gestante, adquirida ou congênita. A sífilis pode se desenvolver em mulheres que estão gestantes, por isso, é preciso ter um cuidado redobrado para que não passe a doença para o bebê. Há também a sífilis adquirida, que pode se desenvolver em qualquer pessoa e em todas as faixas etárias. Além da sífilis congênita, que se desenvolve na criança filha da gestante que teve a doença, mas não foi tratada.

“Essa é uma grande preocupação, pois é uma doença muito grave, pois é indicador de um pré-natal com muitas fragilidades, onde a gestante não recebeu o tratamento e por isso não curou. Nesse caso, a doença é muito grave no bebê. Se não ocasionar um aborto ou óbito, pode causar diversas deformidades nessa criança, como cegueira, deformidades físicas, entre outros problemas”, disse a coordenadora estadual de Infecções Sexualmente Transmissíveis da Sesapi, Karinna Amorim.

Mulheres negras e jovens são as mais afetadas

De acordo com o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado em novembro de 2018, o número total de casos notificados no Brasil foi de 119.800 (em 2017). No Brasil, a população mais afetada pela sífilis são as mulheres, principalmente as negras e jovens, na faixa etária de 20 a 29 anos. Somente esse grupo representa 14,4% de todos os casos de sífilis adquirida e em gestantes notificados.

Entre gestantes, ocorreram 49.013 casos e o número de casos cresceu de 10,8 casos por 1 mil nascidos vivos em 2016 para 17,2 casos a cada 1 mil nascidos vivos em 2017. Já a sífilis congênita passou de 21.183 casos em 2016, para 24.666 em 2017 com uma taxa de 7,4 casos para cada mil nascidos vivos. Ocorreram 1.205 abortamentos e nascidos mortos e 206 óbitos por sífilis congênita (em bebês) em 2017.

No mundo, mais de 12 milhões de pessoas têm sífilis, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), e a doença é considerada um problema de saúde pública.

Jornal O Dia