O gabarito oficial do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) só será divulgado na quinta-feira (16) pelo Inep. Na mesma data o governo também vai divulgar os cadernos de prova.

A nota oficial do Enem de 2017 só será divulgada no dia 19 de janeiro. Mesmo depois de divulgado o gabarito oficial, ele dá aos candidatos apenas uma noção da performance na prova, mas o número de acertos não significa efetivamente a pontuação. Isso porque, além de não trazer o resultado da redação, ele vai dar o número absoluto de acertos. A cada um desses acertos vai ser atribuído um peso e uma nota, conforme um modelo chamada Teoria de Resposta ao Item, ou TRI.

A TRI é baseada em questões previamente classificadas como fáceis, moderadas e difíceis e no total de acertos que o aluno tem dentro de cada grupo. A metodologia é apontada como uma forma eficiente de avaliar o conhecimento acadêmico de estudantes, em prova.

Isso porque, segundo especialistas, ela cria uma escala de dificuldade, fazendo com que o candidato tenha mais pontos de acordo com o nível da questão que foi proposta.

Na prova baseada na TRI, as perguntas divididas previamente em diferentes dificuldades possibilitam um cálculo estatístico e de outras teorias matemáticas aplicadas para que os avaliadores analisem de forma mais profunda as respostas, ainda que em testes de múltipla escolha.

Se eles notam que o aluno errou muitas perguntas consideradas fáceis e acertou muitas difíceis, a metodologia indica que houve chute, fazendo sua média cair. Logo, a nota final passa a depender não só do número de acertos, mas também da dificuldade de cada questão acertada ou errada.

5 perguntas e respostas sobre a metodologia

1. Por que o nome ‘Teoria de Resposta ao Item’?

A avaliação decorrente dela é feita sobre cada questão da prova, ou item, levando em consideração sua dificuldade. Depois, essas informações são cruzadas com as referentes à performance do aluno em outras questões, de dificuldades semelhantes e diferentes, desenvolvendo uma estatística que diferencia acertos por competência de acertos por sorte, pontuando mais os pertencentes ao primeiro grupo.

2. Existe outra metodologia de avaliação para provas como o Enem?

Sim, e ela era empregada no próprio Enem até 2010. Trata-se da Teoria Clássica dos Testes, ou TCT, que ainda é a mais comum nos vestibulares brasileiros, incluindo a prova da Fuvest. Nela, a avaliação é feita com base puramente no número de acertos. Se alguém acerta 60 alternativas de um número total de 100, acerta 60% da prova e recebe uma nota proporcional.

3. O Enem com TRI é mais difícil do que o Enem sem a TRI?

Segundo o MEC, não. A aplicação da metodologia não altera significativamente a performance dos candidaos, mas sim detalha melhor as notas, ajudando a evitar empates e determinando melhor as competências de cada um. É virtualmente nula a possibilidade de um candidato menos preparado tomar a vaga de um candidato mais preparado.

4. E se eu tentar identificar o nível de dificuldade de cada questão, consigo burlar o sistema de avaliação da TRI?

Dificilmente. Uma vez que cada aluno tem seu próprio repertório acadêmico, apontar quais questões são mais fáceis e quais são mais difíceis acaba sendo muito subjetivo e extremamente impreciso. Além disso, pode acabar fazendo com que você perca tempo precioso da sua prova.

5. Se com a TRI o chute é detectado e o aluno recebe menos pontos, é melhor deixar questões em branco?

Não. Mesmo com uma redução de nota em casos detectados de acerto por sorte, uma pontuação menor já é maior do que ter uma questão zerada por omissão. Se tiver certeza de não saber a resposta, mais vale o chute que deixar em branco.

G1