O Piauí registrou, nos nove primeiros meses de 2018, uma redução de 9% no número de mortes violentas em relação ao mesmo período de 2017. É o que mostra um levantamento feito pelo G1 e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública dentro do Monitor da Violência, parceria que conta ainda com o Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da Universidade de São Paulo (USP).
Os dados do índice nacional de homicídios, ferramenta criada pelo G1 que permite o acompanhamento dos dados de vítimas de crimes violentos mês a mês no país, mostrou que o Piauí teve 46 mortes violentas a menos em 2018, entre janeiro e setembro.
Enquanto no ano passado foram registradas 502 mortes, em 2018 foram 452. O levantamento inclui homicídios dolosos, roubos seguidos de morte (latrocínios) e lesão corporal seguida de morte.
Os meses de 2017 com mais crimes foram abril, com 68 casos, e setembro, com 60. Já em 2018, junho teve a maior quantidade de mortes violentas: 63, seguido pelo mês de março, com 55 casos.
Entre janeiro e setembro de 2017: 502 mortes
Entre janeiro e setembro de 2018: 452 mortes
Redução: 46 casos
Resposta à sociedade
Para o coordenador do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil do Piauí, delegado Francisco Costa, o Barêtta, a resposta rápida e a alta resolutividade dos casos inibem outras ações criminosas, assim como a ação conjunta da polícia judiciária com o policiamento ostensivo nas ruas.
“A investigação criminal de homicídios e latrocínios tem dado resultado. Quando se prende um criminoso, outro pensa duas vezes antes de cometer um crime. Aqui nenhum caso deixou de ser investigado, todos os crimes registrados têm inquérito. O indivíduo pode ser o maior criminoso, mas se morre passa a ser vítima e nós investigamos”, disse o delegado.
De acordo com o levantamento do G1 de uma semana de mortes violentas registradas em 2017, todos os casos de mortes – à exceção de um suicídio – geraram inquéritos e mais de 54% foram concluídos.
Para Francisco Costa, um problema para o ainda alto número de mortes está na falta de planejamento das ações policiais, a grande reincidência de pessoas cometendo os mesmos crimes e a “progressão de crimes”.
“Acredito que com planejamento operacional e tático os crimes se reduzem. O ideal seria ter nas ruas policiais em motos, porque há local onde a viatura não anda. Nós observamos que os assaltos, homicídios e latrocínios acontecem com indivíduos em motos. O policial de moto chegaria mais rápido”, explica ele.
E completa: “Quando entrei na policia em 1980, a gente tinha que buscar o ‘ladrão novo’, hoje a gente pega os mesmos indivíduos, quando há um crime é só procurar aqueles que foram liberados recentemente”.
Barêtta fala ainda sobre o que considera a solução definitiva para os crimes violentos: políticas públicas. “Precisamos de políticas de saúde, sociais, só repressão não funciona, não podemos ver o criminoso como inimigo, senão viveremos uma guerra”.
G1