Com férias acumuladas devido ao trabalho dos últimos quatro anos à frente da Lava-Jato, o juiz Sergio Moro vai sair em férias esta semana. Ele vai deixar para pedir exoneração da Justiça Federal quando estiver mais perto de sua posse no Ministério da Justiça e da Segurança Pública, prevista para janeiro, após Jair Bolsonaro (PSL) assumir a presidência. O juiz deve aproveitar esse tempo para montar sua equipe na nova pasta.
Moro passou o fim de semana estudando as medidas que pretende incluir no pacote de mudanças na lei que pretende enviar ao Congresso Nacional em fevereiro, tão logo seja iniciada a nova legislatura. A ideia é que sejam medidas que gerem mais eficácia no combate ao crime organizado e à corrupção, facilitando investigações e a aplicação das penas.
O juiz também aproveitou os últimos dias para analisar a estrutura do ministério para verifcar quem são os nomes que convidará para sua equipe, uma vez que pretende ganhar eficiência com um trabalho articulado.
As férias de Moro vão adiar a escolha do novo juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba. Só após sua exoneração, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) pode abrir o processo seletivo para escolher o novo juiz da 13ª Vara, que concentra as ações da Lava-Jato.
Qualquer juiz federal titular do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul podem se inscrever no processo seletivo para substituir Moro. Apesar da 13ª Vara ser especializada em lavagem de dinheiro, o candidato não precisa ter experiência na área. O escolhido será o candidato que estiver há mais tempoo cargo.
Enquanto o processo de escolha do sucessor de Moro não é aberto, a juíza substituta Gabriela Hardt assume os processos. Ela pode contar com a ajuda de um juiz auxiliar. Gabriela não é juíza titular e, portanto, só concorreria à vaga se nenhum titular se apresentar para a vaga de Moro.
Gabriela assume a partir dessa segunda feira as ações da Lava-Jato com depoimentos do processo referente ao sítio de Atibaia. Devem ser ouvidos, nesta quarta-feira, dois delatores da Odebrecht: Carlos Armando Guedes Paschoal e Emyr Diniz Costa Júnior.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve depor no dia 14, caso a agenda seja mantida.
Fonte: O Globo