O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que, se o Congresso Nacional não aprovar a reforma da Previdência, o governo poderá, como uma das primeiras medidas alternativas, acabar com o abono salarial que custa à União cerca de R$ 20 bilhões por ano.
Criado no governo militar como principal política social, o abono confere a quem recebe até dois salários mínimos por mês um salário mínimo a mais por ano.
A ideia de extinguir esse programa vem sendo acalentada desde a gestão da presidente Dilma Rousseff, sob o argumento de que hoje existem outros programas sociais em vigor, como o Bolsa Família e os benefícios de prestação continuada.
Uma das medidas de difícil aprovação, no âmbito da reforma da previdência, é o endurecimento das regras de acesso à Lei Orgânica de Assistência Social (Loas), que é um benefício contínuo. Outra mudança proposta da reforma que também sofre oposição da bancada ruralista no Congresso é a contribuição dos trabalhadores rurais à previdência social.
Ontem, Meirelles disse que é muito complicado retirar a obrigatoriedade dessa contribuição. Na pior das hipóteses, o governo vai alterar a forma de comprovação de que o trabalhador que for requerer a aposentadoria exerceu de fato, o trabalho no campo. Hoje, essa certificação é dada pelos sindicatos rurais. O ministro sugere que seja feita pela própria Previdência, como apontou na segunda-feira, em jantar promovido pelo site Poder 360.
Valor Econômico