Os idosos estão cada dia com mais dificuldades para fechar o mês no azul e manter o nome limpo. A inadimplência entre os consumidores que têm de 65 a 84 anos é a que mais cresceu.
Segundo pesquisa da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), houve um crescimento de 10% na quantidade de inadimplentes nessa faixa etária.
Os dados comparam os índices de setembro com o mesmo mês do ano passado. No país, são 5,4 milhões com o CPF restrito nessa faixa etária.
Já entre os brasileiros de 50 a 64 anos, a alta no número de negativados foi de 6,2%, com 12,9 milhões, e na população de 40 a 49 anos foi de 4,9%, com 14 milhões de inadimplentes.
Mesmo com o avanço, os mais jovens seguem sendo maioria nos cadastros de restrição. Os campeões têm entre 30 e 39 anos. Nessa faixa, mais da metade (51,5%) está com restrição -17,7 milhões de pessoas. Outro destaque é que 45,2% dos brasileiros dos 25 aos 29 anos estão negativados. Dentre os idosos (entre 65 a 84 anos), são 32,4%.
Considerando todas as idades, o volume de consumidores com contas em atraso segue alto. Em setembro aumentou em 3,9% a quantidade de novos inadimplentes ante 2017. Estima-se que cerca de 62,4 milhões estejam com o CPF restrito, o que dá 40,6% da população adulta acima de 18 anos. Na comparação mensal, houve ligeira queda (0,1% de agosto para setembro), considerada estabilidade.
Empréstimo pode virar armadilha Com o desemprego, mais aposentados precisam ajudar no orçamento de filhos e parentes, mesmo com as contas do mês já apertadas.
A possibilidade de pegar empréstimos para a família pode ser uma saída em um momento de crise, mas é preciso ter cuidado para garantir que contas não ficarão pendentes –especialmente as básicas. O consignado, que tem desconto direto no benefício, tem os menores juros do mercado. Esse tipo de crédito é uma opção para quem está com uma dívida com juros maiores, como a do cheque especial, mas também requer controle.
Os resultados da inadimplência –considerando todas as idades– refletem o quadro de dificuldades que ainda recai sobre as famílias, de acordo com a pesquisa.
“O desemprego permanece elevado e a renda não superou os patamares anteriores à crise, prejudicando o orçamento e a capacidade de pagamento dos consumidores, afirmou, por meio de nota, o presidente da CNDL, José Cesar da Costa.
FolhaPress