Com 46,03% dos votos válidos, Jair Bolsonaro (PSL) ficou na liderança do primeiro turno das eleições presidenciais realizada neste domingo (07). Bolsonaro teve sua candidatura aprovada por unanimidade pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 06 de setembro, tendo como vice na chapa o general Hamilton Mourão (PRTB).

Em segundo lugar ficou o Fernando Haddad (PT) – sucessor de Lula por impossibilidade de concorrer a disputa por enquadramento na Lei da Ficha Limpa – e em terceiro Ciro Gomes do PDT, ambos com 29,28% e 12,47%, respectivamente.

Seguem a lista por ordem de votação: 

  • Jair Bolsonaro (PSL) – 46,03% – 49.275.358
  • Fernando Haddad (PT): 29,28% – 31.341.389
  • Ciro Gomes (PDT): 12,47% – 13.344.074
  • Geraldo Alckmin (PTB): 4,76% – 5.096.277
  • João Amoedo (NOVO): 2,50% – 2.679.596
  • Cabo Daciolo (PATRI): 1,26% – 1.348.317
  • Henrique Meireles (MDB): 1,20% – 1.288.941
  • Marina Silva (REDE): 1,00% – 1.069.538
  • Alvaro Dias (PODE): 0,80% – 859.574
  • Guilherme Boulos (PSOL): 0,58% – 617. 115
  • Vera Lúcia (PSTU): 0,05% – 55.759
  • Eymael (DC): 0,04% – 41.708
  • João Goulart (PPL): 0,03% – 30.176

Eleições 2018

Treze candidatos registraram suas candidaturas para a disputa pelo Palácio do Planalto, sede do Poder Executivo Federal. Foram eles: Jair Bolsonaro (PSL), Fernando Haddad (PT), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede), Álvaro Dias (Podemos), Henrique Meirelles (MDB), João Amoêdo (Novo), Guilherme Boulos (PSOL), José Maria Eymael (Democracia Cristã), Cabo Daciolo (Patriota), João Goulart Filho (PPL) e Vera Lucia (PSTU).

Esta é a segunda maior disputa pelo Gabinete Presidencial desde 1989, quando foram 22 concorrentes. Neste período, somente o PSDB e o PT disputaram todas as eleições presidenciais com candidatos próprios.

Jair Messias Bolsonaro

Militar da reserva e político brasileiro, filiado ao Partido Social Liberal (PSL), é deputado federal desde 1991. Atualmente exerce seu sétimo mandato, eleito pelo Partido Progressista (PP).

Serviu ao Exército Brasileiro de 1971 a 1988, passando para a reserva na patente de capitão. Foi o candidato mais votado nas eleições gerais de 2014 no Rio de Janeiro para a Câmara dos Deputados. Este ano filiou-se ao PSL, nono partido de sua carreira política desde que foi eleito vereador do Rio de Janeiro em 1989.

Bolsonaro possui três filhos, também políticos: Carlos Bolsonaro (vereador do Rio de Janeiro pelo PSC), Flávio Bolsonaro (deputado estadual do Rio de Janeiro pelo PSL e comandante da legenda no estado) e Eduardo Bolsonaro (deputado federal de São Paulo também pelo PSL). Natural de Glicério, região de Araçatuba no noroeste do estado de São Paulo, o político é filho de ascendentes italianos.

“Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.

Jair Bolsonaro candidatou-se à presidência da República Federativa do Brasil pelo Partido Social Liberal (PSL) para as eleições presidenciais de 2018 com General Mourão (PRTB) como vice, na coligação “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos” formado pelas siglas PSL e PRTB.

Atentado

Em 06 de setembro, durante um ato de campanha em Juiz de Fora, Minas Gerais, o então presidenciável foi vítima de um atentado. Atingido no abdômen com golpe de faca, foi levado para a Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora onde passou por procedimento cirúrgico e estabilizado posteriormente na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). No dia seguinte ao atentado foi transferido para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde permaneceu até o último sábado (29) após 23 dias internado.

Foto: FÁBIO MOTTA / ESTADAO CONTEUDO

No mesmo dia do ocorrido, Adélio Bispo de Oliveira, foi identificado como o autor do crime e posteriormente preso. Adélio foi filiado ao PSOL entre 2007 e 2014. O partido emitiu uma nota classificando como “um grave atentado à normalidade democrática e ao processo eleitoral”. A arma do crime foi recuperada.

Adélio Bispo de Oliveira

Na terça-feira (02), o Ministério Público Federal de Minas Gerais denunciou o agressor de Jair Bolsonaro (PSL), por crime contra a segurança nacional. A denúncia afirma que o acusado praticou atentado pessoal por inconformismo político e tinha o objetivo de retirar Bolsonaro das eleições. A pena para o crime é de três a dez anos de prisão, podendo ser aumentada até o dobro por ter causado lesão corporal grave.

‘Inconformismo Político’

O relatório da Polícia Federal consta que não há indícios de mandante ou participação de terceiros na tentativa de Adélio Bispo de Oliveira de matar o candidato Jair Bolsonaro (PSL). Para a polícia o motivo seria ideológico.

Ainda segundo a PF, antes de atentar contra a vida do presidenciável, Adélio fez curso de tiro e ainda tentou adquirir uma arma de fogo, o que não foi possível diante da lei para compra e posse de arma.

Fernando Haddad

Paulista, com 55 anos, nascido em 25 de janeiro de 1963, é um advogado e político brasileiro filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT). De 2005 a 2012 foi ministro da Educação nos governos de Lula e Dilma Rousseff e prefeito de São Paulo de 2013 a 2016. Professor de ciência política na Universidade de São Paulo (USP). É ainda bacharel em direito, mestre em economia e doutor em Filosofia.

Durante três anos (2001–2003) foi subsecretário de Finanças e Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de São Paulo na administração de Marta Suplicy. Foi integrante do Ministério do Planejamento do governo Lula durante a gestão de Guido Mantega (2003–2004) onde elaborou também o projeto de lei que instituiu as Parcerias Público Privadas (PPPs) no Brasil.

Em 2005 foi Ministro da Educação, nomeado por Lula, permanecendo no cargo até 2012 quando foi eleito prefeito de São Paulo, pleito no qual derrotou nas urnas o candidato tucano José Serra com 3.387.720 votos (55,57% dos votos válidos).

Lula

No ano passado, Luís Inácio Lula da Silva anunciou que seria candidato do Partido dos Trabalhadores à presidência da República. Em setembro iniciou caravanas pelos estados brasileiros divulgando seus projetos e sua decisão de pleitear o cargo. Planos refutados ao ser condenado em duas instâncias da Justiça no caso do triplex em Guarujá (SP). A pena definida pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) é de 12 anos e 1 mês de prisão, com início em regime fechado, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Lula se entregou a polícia em 07 de abril de 2018 onde foi acomodado em uma sala reservada no último andar da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, no Paraná.

O partido do ex-presidente oficializou sua candidatura em 5 de agosto de 2018, em São Paulo. O vice indicado na chapa foi Fernando Haddad. Em uma provável inelegibilidade de Lula, Haddad assumiria a cabeça da chapa, tendo como vice a deputada gaúcha Manuela d’Ávila.

Candidatura à Presidência da República 2018

Em 16 de agosto, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enviou uma impugnação contra a candidatura de Luís Inácio Lula da Silva, tendo como base a Lei da Ficha Limpa, que considera inelegíveis candidatos condenados em segunda instância. Confirmada a condenação e encerrados os recursos na segunda instância judicial, Lula ficou inelegível pela Lei da Ficha Limpa.

Diante das circunstâncias, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou em 25 de setembro por unanimidade o registro da candidatura de Fernando Haddad (PT) à Presidência da República e de Manuela D’Ávila (PCdoB) como candidata a vice na chapa, com a coligação “O povo feliz de novo” composta pelas siglas: PT, PC do B e PROS.

Comitê de Direitos Humanos da ONU

O Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU) pediu em 17 de agosto que o Brasil tomasse medidas necessárias que garantisse o exercício de seus direitos políticos enquanto Luís Inácio Lula da Silva estivesse na prisão como candidato às eleições presidenciais de 2018, incluindo ainda o acesso apropriado à imprensa e a membros de seu partido político. O Comitê também solicitou que o Brasil não o impedisse de concorrer às eleições até que seus recursos na justiça fossem julgados por completo.

A decisão foi uma resposta a um pedido de liminar apresentado pela defesa de Lula ao Comitê em 25 de julho deste ano. Na decisão, o órgão alegou ter concluído que “os fatos indicam a possibilidade de dano irreparável aos direitos do autor da ação”.

Candidatura de Lula

Haddad foi inicialmente registrado como candidato a vice-presidente pelo PT, mas passou a ser o candidato Presidência após o Tribunal Superior Eleitoral rejeitar a candidatura de Lula com base na Lei da Ficha Limpa.

De acordo com a Lei Complementar nº. 135 de 2010, uma pessoa se torna inelegível se tiver respondido a algum processo na Justiça que já tenha transitado em julgado (em que não cabe mais recurso) e ou se tiver sido condenada por órgão colegiado da Justiça.

O ex-presidente foi condenado em janeiro por três desembargadores da 8ª Turma do TRF da 4ª Região no processo da Lava Jato.

Os desembargadores entenderam que o político recebeu da OAS um apartamento tríplex em Guarujá (SP) como forma de retribuição a contratos firmados com a Petrobrás. Lula se diz inocente e a defesa do ex-presidente afirma que o Ministério Público não produziu provas para acusá-lo de cometer crime.

Fabrício Sousa