A Polícia Rodoviária Federal (PRF) vem utilizando scanner 3D para mapear a situação da BR-135, no Sul do Piauí, mais conhecida como ‘rodovia da morte’. De acordo com PRF, o levantamento feito pelo equipamento tem como objetivo de detectar os problemas que estavam causando acidentes na estrada.

“Durante o levantamento, foi constatado que realmente a rodovia tinha necessidade de reparos urgentes porque ela é a principal causadora dos acidentes”, disse o inspetor da PRF Valdeci Nascimento, que é o perito responsável em acidente de trânsito.

Na rodovia é comum encontrar vários desníveis e o inspetor falou da varredura de análise milimétrica que a scanner faz para identificar essas desproporções.

“Com esse equipamento é possível identificar todos os desníveis e imperfeições que por ventura haja e foram detectados na época desníveis de até 27 centímetros em relação a rodovia e o acostamento, que prejudicava qualquer veículo que tivesse acesso ao acostamento”, explicou o inspetor.

Segundo a PRF, o aparelho também identificou estradas com larguras menores do que o padrão das estradas estaduais e federais, sendo seis e sete metros respectivamente. E alertou para o perigo da diferença em metros.

“Encontramos locais com até 5,20 metros, sendo que o padrão deveria ser pelo menos seis para as rodovias estaduais, por exemplo. A diferença de 1,40 metro é muito porque um veículo ao passar por outro, em rodovias com essas dimensões, há um risco muito grande haver um contato entre eles”, disse Valdeci Nascimento.

Ainda conforme o perito, algumas falhas foram corrigidas, juntamente com o apoio do DNIT, mas ainda há muito que fazer. “Temos trechos que precisam de algumas correções, mas os trabalhos estão sendo continuados. A gente conseguiu realmente o efetivo que foi o valor ideal para construir alguma coisa”, revelou Valdeci Nascimento.

A PRF informou que vai dá continuidade nos procedimentos de mapeamento pelo scanner 3D em outras rodovias do estado e que fará o uso da tecnologia para favorecer aos trabalhos.

BR-135 pior estrada do Piauí

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) apresentou a BR-135 como a estrada com o pior estado de manutenção do Piauí. Apesar disso, no ranking de manutenção de rodovias pavimentadas o Estado aparece em 5° lugar. A avaliação é realizada por meio do Índice de Condição da Manutenção (ICM). Atualmente a malha federal no Piauí corresponde a 2700 km de extensão.

Em 2017, 43 pessoas perderam a vida na rodovia, número maior do que a soma das 38 mortes dos dois anos anteriores –22 em 2015 e 16 em 2016. Em junho do mesmo ano , o governo do Piauí conseguiu junto ao Governo Federal a liberação de R$30 milhões para obras na BR-135.

Segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), 30 dos 55 acidentes ocorridos na via até o final de junho (54% do total) tinham como causa os desníveis. Entre as rodovias federais de todo o país, esta foi a única a ter defeito na via como principal responsável por acidentes.

G1 Piauí