O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) promete combater as fake news para garantir um jogo limpo nas eleições deste ano. Apenas nesta semana, a Corte Eleitoral pediu a remoção de publicações indicadas como inverídicas a respeito de uma pré-candidatura à presidência da República, e também assinou um termo de compromisso com 10 partidos para coibir esses conteúdos. Ontem, o presidente do órgão, ministro Luiz Fux, tornou a falar sobre o assunto.

No evento “Fórum Brasil Futuro”, em São Paulo, Fux garantiu que tirará do ar “imediatamente” as publicações inverídicas apontadas como falsas na internet, já que, para o magistrado, “uma notícia falsa em segundos derrete uma candidatura”. Segundo o presidente do TSE, é necessário que a Justiça atue preventivamente na área de inteligência, de forma a atuar com celeridade na remoção dos links suspeitos. “E diante de um uso abusivo, de uma notícia sabidamente inverídica, que causa dano irreparável em uma candidatura, vamos remover imediatamente a notícia”, afirmou. Falta avaliar como a promessa ocorrerá na prática.

Fux também comparou a atuação dos Estados Unidos com as decisões brasileiras. Enquanto no país norte-americano, a retirada de uma publicação é feita posteriormente, aqui, elas sairão do ar no mesmo instante, já que, as notícias na internet tem um poder maior de se tornarem “virais”, ou seja, alcançarem um grande público em pouco tempo.

Essa não é a primeira vez que o ministro mostra preocupação com as medidas de combate às fake news. Essa é uma das principais lutas do órgão, desde que Fux tomou posse na Corte Eleitoral, em fevereiro deste ano. Desde então, o assunto tem entrado mais em pauta para garantir que nenhum candidato seja prejudicado por publicações inverídicas durante a corrida eleitoral.

“A internet tem se provado cada vez mais influente. Não só no Brasil, mas como no mundo. Ela, hoje, conduz a gente para uma série de posicionamentos, até mesmo pessoais. A gente tem uma eleição em que o peso do aplicativo de mensagem em rede social implica muito na construção do senso coletivo”, opinou Thiago Rondon, diretor do Instituto Tecnologia & Equidade (IF&E), empresa que desenvolveu uma plataforma que analisa a possibilidade de um perfil no Twitter ser comandado por um robô. Apesar de Thiago acreditar que não seja preciso uma legislação ou mesmo mecanismos de vigilância, ele vê como positiva a ação do TSE. “Acho que há uma preocupação em ambientes políticos a respeito de pessoas que se utilizam de tecnologia, recursos financeiros e influência para difamar as pessoas”, disse.

As fake news têm tido tanto efeito em redes sociais que, conforme o Correio noticiou, durante a greve dos combustíveis, muitos caminhoneiros receberam notícias falsas pelo aplicativo de mensagens instantâneas. “Com a greve dos caminhoneiros foi desse jeito. Acontece tudo dentro desses aplicativos. Somos 100 milhões de brasileiros em redes sociais”, lembrou.

Correio Braziliense