A taxa de juros do rotativo do cartão de crédito de pessoas físicas atingiu 438,42% ao ano, no mês de setembro, segundo o Banco Central. Este foi o maior patamar desde dezembro de 2023. O índice representa uma alta de 11,51 pontos percentuais na comparação com agosto, quando atingiu 426,91% ao ano.

De acordo com a série histórica divulgada pelo Banco Central, fevereiro teve o menor índice de juros no rotativo do cartão com 412,05%. Apesar de ser menor que o registrado no mês passado, ainda é quatro vezes maior que o limite imposto pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), em janeiro deste ano.

Na oportunidade, o conselho limitou o valor total da dívida dos clientes no cartão de crédito rotativo a 100%. Com isso, o valor não pode exceder 100% da dívida original. A regra vale para quando o cliente não consegue quitar o valor total da fatura dentro do prazo de vencimento.

Limite não vale

Apesar da limitação imposta pelo CNM, não houve acordo entre o governo e os bancos para a imposição da regra. As tratativas aconteceram quando a proposta estava sendo debatida na época da instituição do Programa Desenrola, em outubro de 2023. O ministério da Fazenda deu prazo de 90 dias para que as instituições bancárias apresentassem propostas sobre o tema. Os bancos, porém, não entregaram opções de acordo.

Segundo a lei do Desenrola, caso as partes não chegassem a um acordo, entraria em vigor o modelo adotado em outros países como o Reino Unido, em que estabelece juros até o teto de 100% do total da dívida, o que não permite dobrar o valor original.

Juros para empresas

No caso de juros empresariais, a taxa ficou em 134,12% em setembro. Neste caso, houve recuo de 28,96 pontos percentuais na comparação com agosto do ano passado, quando atingiu 163,08% ao ano. Em relação a setembro do ano passado a redução foi de 58,22 pontos percentuais, a taxa de juros ficou em 192,34% na ocasião.

SBT News