Quase metade dos 224 municípios piauienses está sob decreto federal de emergência devido à seca e estiagem. Entre os impactos do fenômeno climático para as famílias do semiárido, caracterizado por altas temperaturas e escassez de chuvas na maior parte do ano, estão a falta de água para o plantio e o consumo humano.
Com o intuito de fortalecer a segurança hídrica no Piauí, por meio de investimentos de R$ 190 milhões, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) destacou que está acelerando ações e obras a curto, médio e longo prazo nas regiões atingidas.
Entre as iniciativas executadas pela Companhia, por meio da Superintendência Regional no Piauí, estão a perfuração e a instalação de poços tubulares. Neste ano, com recursos na ordem de R$ 13,9 milhões, já foram implantadas 163 unidades em 38 municípios, como Flores do Piauí, São João do Piauí e São Raimundo Nonato. A estrutura montada é composta por bombas de diferentes capacidades, reservatório elevado de 10 mil litros, chafariz, painéis solares, entre outros.
A perspectiva da empresa pública federal é finalizar 2024 com um total de 211 poços tubulares instalados em 54 municípios piauienses. “Encerraremos o ano com um investimento de R$ 18 milhões em uma ação de grande impacto local, economicamente sustentável e, acima de tudo, que proporciona água potável às famílias que mais necessitam”, afirmou o superintendente da Companhia no Piauí, Marcelo Castro Filho.
Além dos poços tubulares, as cisternas também são ações importantes de curto prazo para execução no período de maior demanda hídrica. Desde o início deste ano, estão sendo instalados 261 reservatórios de acumulação de água da chuva, de 16 mil litros cada, principalmente na zona rural dos municípios atingidos pela seca, entre eles Caridade, Curral Novo e Simões. O valor do investimento nessas ações é de R$ 3,5 milhões.
Adutoras e barragens
Estruturas que armazenam e distribuem água tratada para abastecimento urbano e rural, as adutoras também desempenham um papel importante para pequenos agricultores irrigantes. Uma delas, localizada em Dirceu Arcoverde, já está em funcionamento e atende quase 4 mil habitantes. A Codevasf também concluiu a adutora de Vila Nova, que abastece 1,2 mil pessoas na zona rural do município.
“Além desses dois municípios, até o final do semestre, planejamos concluir a adutora de Buriti dos Lopes, que beneficiará 18 mil pessoas. Já para os próximos anos, a meta é concluir o sistema adutor de São Raimundo Nonato, uma obra de R$ 50 milhões que atenderá 70% dos povoados da zona rural”, avaliou Marcelo Castro Filho.
Outra estrutura importante que ameniza os efeitos do período seco é a barragem. Com a função de armazenar água, contribuir com o abastecimento humano, fortalecer a piscicultura e a produção de alimentos, essa é uma obra de longo prazo, de suma relevância para o homem do campo e para grandes produtores rurais.
“Estamos na fase final da construção da barragem de Atalaia, em Sebastião Barros, que tem previsão para ser inaugurada no próximo ano e atenderá também a população dos municípios vizinhos de Corrente e Cristalândia, no extremo sul piauiense, totalizando quase 40 mil pessoas. Fruto de convênio com o Governo do Estado, a estrutura está 85% concluída, no rio Paraim, e conta com investimentos na ordem de R$ 81 milhões”, informou Marcelo Castro Filho.
Atualmente, o Piauí registra 106 municípios em situação de emergência por conta da seca, reconhecida pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR). Cidades nessas condições podem solicitar, por meio da Defesa Civil Nacional, recursos via Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2iD). Após avaliação das metas e valores solicitados no plano de trabalho, em caso de aprovação, o órgão publica portaria no Diário Oficial da União (DOU).
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