O discurso de crise nas prefeituras foi embora há meses. Interessados na reeleição ou em eleger como sucessores um aliado, os prefeitos abandonaram o discurso da crise econômica, deixaram de andar com o pires na mão e as ameaças de paralisarem os serviços públicos também não vão existir este ano.

Na realidade, não houve mudança significativa no cenário financeiro para os municípios do ano passado para cá. Mas a chegada do período eleitoral faz com que um mar de otimismo seja navegado pelos atuais prefeitos. É preciso andar alegre, sorrindo, fazer promessas, entregar obras, aumentar gastos, e isso não combina com crise econômica. Pelo contrário, neste momento é interessante esconder a crise.

Infelizmente, essa cultura normalmente atrapalha bastante a gestão pública. Aumentar os gastos durante o período das eleições seguramente prejudica a situação fiscal dos municípios para o início da próxima gestão. Quando a oposição assume, sempre vende a mensagem de que o município está quebrado. Quando a situação consegue se reeleger, maquia os números e esconde o rombo, que leva a um estelionato eleitoral porque obriga as prefeituras a apertarem os cintos e demorarem muito tempo para se recuperarem.

A certeza que existe é que se neste ano tanto a oposição quanto a situação vendem o discurso de que na Prefeitura existe dinheiro para cumprir todas as promessas, pode esperar, ano que vem, não vai faltar dificuldades.

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