Em 2022, no Piauí, a população de 2 anos ou mais de idade com deficiência, quaisquer que fossem os tipos de dificuldades funcionais, atingiu cerca de 10,8%. Esse indicador foi o 3º maior do país, sendo superado pelos estados de Sergipe (12,1%) e do Ceará (10,9%). O estado do Amazonas registrou a menor média, com 6,3%. A média de pessoas com deficiência no Brasil foi de 8,9% e a da região Nordeste, de 10,3%, a maior dentre as regiões brasileiras. São as informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do IBGE.
Ao analisarmos o perfil das pessoas com deficiência no Piauí, segundo o critério de cor ou raça, cerca de 11,4% da população branca apresentava alguma deficiência. Já a população de cor preta apresentava indicador de 11,2%, enquanto a população de cor parda, cerca de 10,5%. Ao contrário do que acontece com o Piauí, no Brasil a população de cor branca é a que tem menor prevalência de deficientes, com 8,7%, enquanto a população de cor preta é a detém o maior indicador, com 9,5%, seguida da população parda, com 8,9%.
Quanto ao sexo, no Piauí, o indicador de pessoas com deficiência no segmento masculino alcançava 9,8% daquela população, enquanto entre o segmento feminino esse índice alcançava 11,8%. Os indicadores do estado ficaram acima da média brasileira para ambos os segmentos, onde, no país, entre os homens a deficiência atingia cerca de 7,7% e entre as mulheres atingia 10%. Entretanto, ao analisarmos sob a ótica do quantitativo total da população com deficiência, no Piauí temos que cerca de 44,4% são do sexo masculino e 55,6% do sexo feminino, indicadores um pouco acima do registrado para o Brasil, onde do total dos deficientes cerca de 42,3% são homens e 57,7% são mulheres.
Ao deparar-se com os grupos etários, percebe-se que, no Piauí, o percentual de pessoas com deficiência supera o de pessoas sem deficiência a partir da faixa de 40 a 49 anos, onde temos 15,4% de pessoas com deficiência contra 14,3% de pessoas sem deficiência. Para o Brasil esse fenômeno se dá um pouco mais à frente, para a faixa etária de 50 a 59 anos, onde temos 16,8% de pessoas com deficiência contra 11,2% de pessoas sem deficiência.
Ao considerar a distribuição etária da população com deficiência, nota-se, com o avançar da idade, o aumento do percentual, uma vez que está associada às perdas de funcionalidades do corpo com o envelhecimento. No Brasil, em 2022, havia 47,2% de pessoas de 60 anos ou mais de idade dentre as pessoas com deficiência, sendo que para as pessoas sem deficiência, neste mesmo grupo etário, o percentual foi de 12,5%. Esse padrão se repete em todas as Grandes Regiões, sendo que as Regiões Sul e Sudeste apresentaram, em sua distribuição etária, maiores percentuais de idosos (60 anos ou mais de idade) com deficiência ultrapassando 50% da população. São tipicamente Regiões que já têm apresentado um processo de envelhecimento populacional acima da média nacional (47,2%).
De acordo com a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, conduzida pelas Nações Unidas, a atual definição de deficiência diz que “pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas”. Assim, as informações da pesquisa do IBGE, acerca da população com deficiência, podem promover análises que contribuam para a visibilidade das situações de vida, para as desigualdades e para determinadas particularidades daquele grupo populacional, permitindo a elaboração de políticas públicas que visem melhorar as suas condições de vida.
Fonte: Meio Norte, com informações do IBGE