O coordenador do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Francisco Costa, o Baretta, informou ao Cidadeverde.com que o autor do tiro que matou o empresário Rafael Soares é maior de idade. A dúvida surgiu após a captura de Geovane Pereira da Silva, conhecido como Cigano, que se apresentou como adolescente e entregou uma certidão de batismo que constava 2005, como ano do nascimento. Contudo, o exame de determinação de idade realizado no Instituto Médico Legal (IML), confirmou que ele já atingiu a maioridade penal.
“Ele tem mais de 20 anos. Isso foi confirmado por meio do exame de determinação de idade. Os legistas realizam exames de partes do corpo e conseguem identificar a idade. Nós requisitamos, o indivíduo foi levado ao IML, onde passou por exames, inclusive, radiológicos como ultrassonografia. É um exame acurado”, explica Baretta.
Com a confirmação da maioridade, Geovane Pereira da Silva deve sair da unidade socieducativa em Timon, pois até então era tratado como menor de idade, para o presídio. Baretta informou que vai oficiar ao Judiciário do Maranhão e do Piauí e destaca que a permanência do suspeito na unidade voltada para adolescentes representa um risco.
“O delegado Danúbio Dias, que é o presidente do inquérito policial, vai oficiar para o juiz de Timon-MA e mostrar a atual situação jurídica do investigado e é o juiz quem vai decidir. Ele é um indivíduo perigosíssimo e tem que ir para uma área de segurança maior como uma penitenciária”, alerta o coordenador do DHPP.
Mesmo com a confirmação por meio do exame, o DHPP aguarda também o resultado do ofício encaminhado à diocese de Floriano, terra natal do suspeito, para confirmar a autenticidade da certidão de batismo.
“Temos dúvidas até se ele tá usando o nome dele mesmo. Ele já tem processos na Justiça. Para casos como porte ilegal de arma, por exemplo, ele se identifica como maior de idade, diz que é de 2002, porque sabe que vai ser solto. Já quando é um crime grave como assalto e homicídio, ele diz que é de 2005, que é adolescente, para ter maiores chances de ser liberado. De toda forma, a prisão dele já está decretada pela Justiça do Piauí. Só vamos informar que é maior de idade”, esclarece o delegado.
Em menos de um mês de investigação, o DHPP identificou sete suspeitos de envolvimento no latrocínio (roubo seguido de morte do empresário), individualizando a participação de cada um. Desses, quatro foram presos.
“A gente investiga para prender. Não prende para investigar. Desde o início da investigação utilizamos de princípios e técnicas. Agora mesmo, para saber a idade desse indivíduo, utilizamos um princípio técnico-científico através do processo médico legal. A gente mostra que a investigação tem início, meio e fim. Estamos mostrando essencialmente como se faz uma investigação criminal qualificada”, finaliza Baretta.
Fonte: Cidade Verde