Famílias piauienses já podem ser cadastrar para acolher, temporariamente, crianças e adolescentes afastados do convívio com familiares devido a alguma violação de direitos verificada pela justiça. Em contrapartida, do Governo do Estado pagará um auxílio de R$ 1 mil por mês.
“A gente quer que mais famílias procurem a Sasc e Cria para se colocar à disposição. Temos várias crianças em abrigos e, apesar de buscarmos oferecer as melhores condições possíveis, ainda é melhor que elas encontrem uma família acolhedora, para se desenvolver enquanto pessoa”, enfatizou o governador Rafael Fonteles.
O acolhimento familiar é uma alternativa mais humanizada em relação aos abrigos institucionais, garantindo o direito à convivência familiar e comunitária durante a infância. As famílias que desejam se habilitar, devem procurar o Cria, localizado na rua São Pedro, no centro de Teresina.
Regina Sousa, gestora da Sasc, explica como funciona o processo de acolhimento.
“A gente abre o processo, o Cria seleciona as famílias, e estas passam uma temporada com uma criança. Ela vai ficar vivendo nesse ambiente familiar, com afetividade, ter essa experiência que fará diferença quando ela for para um lar permanente, já estando acostumada com aquele ambiente”, esclareceu a secretária.
Diferente da adoção, o acolhimento é temporário, por um período máximo de 18 meses. Encerrado este intervalo de tempo, a família pode se disponibilizar para receber outro menor institucionalizado. O acolhimento preenche o tempo enquanto o poder judiciário decide se a criança será reintegrada à família de origem ou será disponibilizada para adoção por outra família.
Para fazer frente às despesas para manutenção do acolhido, o Governo do Estado dobrou o valor do auxílio financeiro, que antes era de R$ 500. “Essa família tem que garantir saúde e educação, além de afeto, carinho, cuidado. Então, ela precisa desse suporte financeiro. Por isso, o estado oferece também esta garantia”, disse Isabel Fonteles.
Busca por famílias acolhedoras
Atualmente, Teresina, tem 21 famílias cadastradas para acolhimento provisório e 20 menores acolhidos. No Lar da Criança, na capital, 50 jovens aguardam acolhimento. Em Campo Maior, no Território dos Carnaubais, são 5 famílias cadastradas. O plano do Governo do Estado é expandir a iniciativa para os 12 territórios de desenvolvimento. O desafio, no entanto, é mapear famílias interessadas em acolher.
“Sabemos que elas existem. Precisamos saber onde estão essas famílias que não querem adotar, mas podem e querem cuidar temporariamente destas crianças e adolescentes. O acolhimento familiar garante a possibilidade do jovem ser fortalecido para o que vem depois, seja a reintegração à família de origem ou a adoção”, destacou Francimélia Nogueira, diretora do Cria.
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