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Grupo do Mato Grosso é preso suspeito de aplicar golpes em familiares de pacientes com câncer no Piauí

Um grupo formado por cinco mulheres foi preso suspeito de aplicar golpes em familiares de pacientes que fazem tratamento contra o câncer no Piauí. A investigação apontou que as mulheres tinham acesso a informações pessoais dos pacientes, como nome, telefone e contatos de familiares, e utilizavam esses dados para cobrar valores, em dinheiro, de seus familiares. Elas se passavam por médicas para solicitar o pagamento de exames e, até, de cirurgias. 

A Polícia Civil recebeu a denúncia da família de cinco pacientes, que foram vítimas da quadrilha nos anos de 2024 e 2025, mas é possível que outras vítimas possam aparecer agora que o golpe foi descoberto. O grupo utilizava os dados fornecidos pelo paciente em um hospital referência em tratamento contra o câncer, na capital, e solicitava de seus familiares dinheiro, que segundo elas seriam utilizados para custear o tratamento do paciente. Os familiares realizavam as transferências e não recebiam o serviço ofertado pela quadrilha.

“Elas se passavam por médicas e ligavam para pacientes e seus familiares e afirmavam que precisavam de uma quantia em dinheiro para fazer exames e cirurgias. As famílias fragilizadas e vulneráveis pela doença do seu familiar acabavam fazendo as transferências”, disse o delegado Humberto Mácola, da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI).

As cinco mulheres são do estado do Mato Grosso. Uma equipe da DRCI foi até o Mato Grosso para realizar as prisões. Elas afirmaram à polícia que tiveram acesso aos dados dos pacientes por meio da internet, mas a polícia segue investigando se houve participação de algum funcionário do hospital no golpe.

Todas as presas já respondem pela prática de outros crimes, como tráfico de drogas, roubo, estelionato e ameaça.

O grupo utilizava laranjas para movimentar o dinheiro recebido por meio do golpe e dificultar que a polícia rastreasse os valores.

Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com

“A vítima recebia a ligação do criminoso, ela era orientada a fazer um PIX para a conta de uma clínica ou do médico. Após a transferência esse valor era desviado para outras contas de laranjas e sacado pela quadrilha”, explicou o delegado.

A quadrilha utilizava laranja para movimentar os valores recebidos pelas vítimas. Nos celulares apreendidos com a quadrilha foram encontrados grupos no aplicativo de mensagens instantâneas, WhatApp, com pessoas que se propõem a servir como laranja.

“Já verificamos que essa prática tem se tornado cada vez mais comum. As pessoas entram em grupos no WhatApp e no Facebook para emprestar seus nomes e dados bancários para atuar como laranja, movimentando o dinheiro para dificultar o seu rastreio pela polícia. Em troca, elas recebem um percentual do dinheiro é que movimento pela quadrilha. Mas essa prática tem reflexo para essas pessoas, que podem ser presas, responder a um processo judicial e ser condenada por essa prática”, disse.

Como não cair no golpe do falso médico

Segundo o delegado, essa modalidade de golpe tem um ritual característico:

  1. O paciente ou um de seus familiares recebe uma ligação de uma pessoa que se diz médico. O delegado orienta que esse tipo de contato não é comum nas clínicas e hospitais, que, em geral, realizam esse tipo de contato pessoalmente, dentro do próprio hospital.
  2. O segundo alerta é desconfiar de pedidos de transferência de dinheiro. Os pagamentos devem ser realizados, somente, dentro das clínicas e hospitais. O delegado explica que é preciso procurar o hospital e perguntar sobre o profissional que encontro em contato com o paciente ou com um de seus familiares para confirmar se o médico trabalha na instituição e se ele tem autorização para fazer cobranças de pagamento aos pacientes.