Depois da nota rejeitando, de forma firme e dura, as críticas do Departamento de Estado dos EUA a decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) espera que a polêmica com a equipe de Donald Trump não prospere e fique na troca de notas entre o Itamaraty e o Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental dos EUA.
Por um lado, a avaliação da equipe de Lula é que o Brasil não podia ficar sem dar uma resposta ao governo americano, porque se trata de um caso de soberania nacional e defesa das instituições democráticas.
Por outro lado, ninguém quer uma escalada da crise diplomática porque o Brasil teria só a perder, principalmente no campo comercial.
Por sinal, subiu o nível de preocupação do Brasil em relação às ameaças de Donald Trump de taxar importações de produtos brasileiros diante de sinais de que ele realmente pode colocar em prática as suas promessas de retaliação.
Depois de fazer um acordo com México e Canadá para adiar por um mês o aumento da alíquota de importação destes dois países para 25%, Trump afirmou que as novas tarifas começam a valer a partir de 4 de março. E o mesmo vale para a taxa adicional de 10% de produtos importados da China.
A primeira conversa de negociação entre os dois países vai acontecer apenas nesta sexta-feira (28), quando o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, tem uma videoconferência com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick.
O Brasil acredita no trabalho de convencimento, principalmente porque a siderurgia americana, alvo da proteção de Donald Trump, depende de produtos semiacabados de aço da indústria brasileira.
Ou seja, neste setor, aumentar a tarifa de importação do aço brasileiro vai prejudicar exatamente quem o presidente dos Estados Unidos quer proteger.
G1