A Central de Atendimento à Mulher, que recebe denúncias de violência contra a mulher em todo o Brasil, realizou no ano 2024 um total de 10.771 atendimentos no Piauí, o que representou um aumento de 17,7% em relação a 2023, quando foram registrados 9.145 atendimentos.
Dentre os atendimentos totais, o número de denúncias de violência contra a mulher foi de 1.509, um aumento de 2,5% em comparação com 2023, quando foram 1.472 registros. A Central de Atendimento à Mulher é uma ação do Ministério das Mulheres do Governo Federal.
Entre as denúncias no ano passado, 819 foram apresentadas pela própria vítima, enquanto 679 foram por terceiros. A casa da vítima ainda é o cenário onde mais situações de violência são registradas: 587 denúncias tinham este contexto. A residência compartilhada por vítima e suspeito também é local de grande parte das denúncias no Piauí, com 538 casos.
Os dados apontam que há mulheres que vivenciam diariamente as situações de violências. No estado, a frequência diária foi relatada em 754 atendimentos, enquanto 265 disseram que as agressões ocorrem ocasionalmente. São as mulheres pretas e pardas as vítimas mais frequentes (1.043) e são os esposos(as) e companheiros(as) – ou ex-companheiros(as) – aqueles que mais cometem atos violentos (589).
Dentre os estados do Nordeste, o Piauí foi o segundo com menos registros de denúncias. Só ficou atrás de Sergipe, que teve 1.172. Depois do Piauí, com 1.509 denúncias, vem Rio Grande do Norte (1.574), Paraíba (1.580), Alagoas (1.725), Maranhão (2.833), Ceará (3.383) e Bahia (9.090).
Central recebeu 691 mil ligações de todo o Brasil
Em 2024, a Central Ligue 180 atendeu 691.444 ligações de todo o território nacional, o que representa um aumento de 21,6% em relação a 2023. O número de atendimentos pelo WhatsApp, lançado em abril de 2023, passou de 6.689 em 2023 (743/mês) para 14.572 em 2024 (1214/mês) — salto de 63,4%.
Para a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, o aumento significativo no número de atendimentos realizados pela central reflete a maior confiança da população brasileira, em especial das mulheres, no Ligue 180, que vem recebendo uma série de melhorias desde 2023, com a reestruturação prevista na retomada do Programa Mulher Viver sem Violência.
“Temos investido na capacitação das profissionais que realizam o atendimento e o acolhimento das mulheres, tanto para a informação sobre direitos e serviços da rede, como para o correto tratamento e encaminhamento das denúncias aos órgãos competentes, aumentando a confiança no canal. Além disso, temos intensificado as campanhas para ampliar a divulgação do Ligue 180, inclusive o atendimento no WhatsApp”, explica a ministra.
Foto: Renato Andrade / Cidadeverde.com
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Ministra Cida Gonçalves
No total, contabilizando telefonia, WhatsApp, e-mail, entre outros canais de atendimento, o Ligue 180 realizou 750.687 atendimentos em 2024 — média de 2.051 por dia. O número de denúncias feitas à Central Ligue 180 também aumentou, passando de 114.626 em 2023 para 132.084 em 2024. Desse total, 38.470 foram realizadas pela própria vítima e 86.105 foram anônimas.
Dentre os registros em que foi declarada raça/cor da vítima, as mulheres negras representam a maioria (52,8%) das denúncias de 2024, somando 53.431 casos contra mulheres pardas e 16.373 contra mulheres pretas. Além disso, mulheres brancas somam 48.747 denúncias, seguidas por amarelas (779) e indígenas (620). Em 12.134 denúncias, a cor-raça das vítimas não foi identificada.
Quanto à idade, os dados apontam que as faixas etárias mais atingidas foram mulheres entre 40 e 44 anos (18.583 denúncias), de 35 a 39 anos (17.572 denúncias) e entre 30 a 34 anos (17.382 denúncias).
Ao todo, 573.131 violações foram reportadas ao Ligue 180 em 2024, uma redução de 3,9% em relação a 2023, quando 596.600 violações foram registradas. Os tipos mais recorrentes foram a violência psicológica (101.007 denúncias); seguida pela física (78.651); patrimonial (19.095); sexual (10.203), violência moral 9.180) e cárcere privado (3.027). De acordo com a metodologia utilizada pela Central, uma denúncia pode conter mais de um tipo de violação de direitos das mulheres.
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