Após a incidência de fortes chuvas registradas na madrugada de 29 de dezembro de 2024 – que chegaram a cerca de 160 mm-, residências em locais considerados de risco em Picos estão sendo monitoradas por agentes de pastas à nível estadual e municipal, devido à possibilidade de desmoronamento e risco à vida das famílias que nelas residem.
Nesta segunda-feira (06), o gestor da Secretaria Municipal do Trabalho e Assistência Social (Semtas), Luzifrank de Sousa, afirmou que foi feita uma análise preliminar das áreas atingidas pela chuva que apresentam potenciais riscos aos moradores, sobretudo, nos bairros Paroquial e São Vicente. Segundo ele, após visitas em locais considerados críticos, foi constatado o risco de desabamento em alguns imóveis e os moradores foram orientados a deixarem suas casas, porém, nenhum residente deixou sua habitação para se abrigar em um espaço que foi disponibilizado pela prefeitura de Picos.
“Passamos a trabalhar para preparar um espaço, um alojamento para receber essas pessoas, porque a gente identificou que era necessária a retirada daquelas pessoas naquele local. Então quando foi na sexta-feira (03), os técnicos da Sasc (Secretaria de Estado da Assistência Social) vieram novamente para Picos e fizemos um levantamento maior, onde formamos aqui na Semtas seis equipes, e essas equipes foram no Paroquial, no bairro São Vicente, também no trecho que fica entre os bairros Morada Nova e Morada do Sol e ainda no DNER. Nesse levantamento, identificamos que cerca de 40 famílias precisavam ser removidas, só que desse total, apenas oito [famílias] aceitaram serem removidas para o abrigo temporário”, afirmou.
O gestor informou que a Escola Petrônio Portela, no bairro São José, passou por uma limpeza -feita por meio de uma força tarefa através da Secretaria Municipal de Obras -; a Sasc doou 50 colchões e ainda foi garantida a segurança dessas pessoas, caso houvesse a transferência, pois segundo o secretário, o comando do 4º Batalhão da Polícia Militar de Picos garantiu a disponibilidade de agentes policiais no local de recolhimento.
O secretário comunicou que a força tarefa envolveu ainda o exército de Picos, que forneceu veículos e homens para auxiliar na transferência dessas pessoas para o abrigo, assim como levar os imóveis dos mesmos para o local. A Secretaria de Educação forneceu um ônibus para o transporte do pessoal, mas no momento para executar a alocação dessas famílias para o abrigo, nenhuma aceitou sair de casa, sendo assim, segundo o secretário, nenhum morador deixou sua residência até o momento. Ele conta ainda que a equipe da Semtas de Picos não tem como agir.
“Nesse primeiro momento não tem como a gente não ter outra preocupação a não ser com a vida dessas pessoas, até porque a previsão, segundo a gente já recebeu hoje pela manhã, do Centro de Gerenciamento de Riscos e Desastres da Defesa Civil do Piauí, é que nas próximas 24 e 48 horas há uma previsão de chuvas intensas em toda região de Picos”, acrescentou.
Luzifrank afirmou que mesmo com a recusa dessas famílias em deixarem suas residências, o abrigo que foi montado para recebê-las, continuará ordenado para caso haja necessidade. Foi disponibilizado no espaço, banheiros, cozinha, geladeira e fogão industrial.
Aluguel Social
Sobre a possibilidade de disponibilizar um aluguel social às pessoas que correm risco de ficarem desabrigadas, Luzifrank explicou que nesse início de gestão – momento em que a Administração Municipal passa ainda pelo processo de transição – ainda não foi possível ter acesso às contas públicas para viabilizar valores para os moradores de áreas de risco.
CONFIRA A ENTREVISTA COM LUZIFRANK SOUSA