O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), prorrogou por mais 180 dias o inquérito que apura a disseminação de notícias falsas e ameaças a integrantes da Corte. A decisão ocorre para finalizar as investigações sobre a existência de um “Gabinete do Ódio”. O inquérito tramita sob sigilo no STF.
“Com a finalidade de finalizar as investigações sobre a comprovação d a existência, o financiamento e modus operandi do ‘Gabinete do Ódio’, bem como de todos os seus participantes, o Inq 4781 foi prorrogado pelo Ministro Alexandre de Moraes por 180 (cento e oitenta) dias, com a determinação de oitiva de mais 20 pessoas, a complementação da análise das informações obtidas mediante a quebra de sigilo fiscal e bancário e o término das diversas diligências em andamento na Polícia Federal”, disse o ministro na decisão.
A abertura do inquérito foi anunciada em março de 2019 pelo então presidente do STF, ministro Dias Toffoli, após ofensas feitas pelo procurador da República Diogo Castor de Mattos à Justiça Eleitoral.
O inquérito foi aberto com base no artigo 43 do Regimento Interno do Supremo, que diz: “Ocorrendo infração à lei penal na sede ou dependência do tribunal, o presidente instaurará inquérito, se envolver autoridade ou pessoa sujeita à sua jurisdição, ou delegará esta atribuição a outro ministro”.
Após prisão
A decisão ocorre após o ministro Alexandre de Moraes autorizar a prisão do general Walter Braga Netto por obstruir investigações da Polícia Federal. O ministro foi preso no último sábado, no Rio de Janeiro. A Polícia Federal cumpriu o mandado de prisão após autorização do ministro do STF.
A prisão ocorreu após a corporação identificar que Braga Netto atuou para atrapalhar investigações em curso, em especial a que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Por causa disso, o general foi indiciado pela PF em novembro por três crimes: abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Além dele, o ex-presidente Jair Bolsonaro e 38 pessoas foram indiciadas. O STF encaminhou o relatório policial à PGR (Procuradoria-Geral da República), que terá de decidir se oferece denúncia ou não.
Fonte: R7/A10+