Uma pesquisa realizada pelo Instituto DataSenado revelou que, em maio deste ano, mais de 331 mil piauienses participaram de apostas esportivas em sites de apostas online. Os dados, divulgados nesta terça-feira (1º), indicam que aproximadamente 13% da população maior de 16 anos do estado, utilizaram plataformas de apostas nesse período.
A pesquisa foi realizada entre os dias 5 e 28 de junho e faz parte do relatório “Panorama Político 2024”, que aborda temas como apostas esportivas, golpes digitais e endividamento. Os números mostram que os homens até 39 anos com ensino médio completo são os principais usuários de aplicativos de apostas no país. A pesquisa revelou que, em todo o Brasil, cerca de 22,13 milhões de pessoas com 16 anos ou mais, participaram de apostas nos últimos 30 dias.
Além disso, a pesquisa aponta que a maior parte dos apostadores gastou até R$ 500 em aplicativos ou sites de apostas na internet, com apenas 3% desembolsando valores maiores.
Entre os brasileiros que apostaram, 62% são homens e 38% são mulheres. A faixa etária predominante entre os apostadores é de 16 a 39 anos, o que representa 56% do total. Em relação à escolaridade, 40% dos apostadores têm ensino médio completo, enquanto 23% possuem ensino fundamental incompleto e 20% têm ensino superior incompleto ou mais.
Renda e dívidas de apostadores
Economicamente, a maioria dos apostadores brasileiros (68%) está em atividade remunerada, enquanto 27% estão fora da força de trabalho e apenas 5% se declaram desempregados. A maioria dos participantes da pesquisa que apostaram em bets recebeu até dois salários mínimos por mês (52%), 35% ganharam entre dois e seis salários, e 13% disseram ter uma remuneração superior.
O Instituto DataSenado apurou ainda o percentual de apostadores com dívidas em atraso há mais de 90 dias. Eles representam 58% das pessoas que gastaram com bets por meio de aplicativos ou sites na internet. No Piauí, 27% dos entrevistados afirmou ter contas em atraso.
Legislação
As apostas esportivas online foram legalizadas no Brasil em 2018, mas somente em dezembro de 2023 receberam regulamentação adequada pela Lei 14.790. Essa legislação estabelece regras para a exploração do serviço e determina como os impostos arrecadados serão divididos entre áreas como educação, saúde e segurança pública.
A regulamentação é um passo importante, mas o crescimento das apostas online, impulsionado por campanhas publicitárias agressivas, tem levantado preocupações sobre os danos econômicos e sociais que podem ocorrer, incluindo o endividamento das famílias.
O governo federal já anunciou que está preparando novas regras para endurecer a regulamentação das apostas, a fim de evitar abusos e proteger os cidadãos, especialmente os mais vulneráveis.
Portal O Dia