O Piauí registrou 3.279 casos de Aids em adultos entre 2015 e 2023, segundo dados epidemiológicos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Conforme a Secretaria de Saúde do Estado do Piauí (Sesapi), 49% desse público tinha entre 20 e 34 anos de idade, e 74% eram homens.
No dia 1º de dezembro, Dia Mundial de Luta contra a Aids, a Secretaria de Saúde do Piauí (Sesapi) deu início à programação Dezembro Vermelho, mês de mobilização de luta contra o HIV, a Aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).
A campanha discute a situação do HIV/AIDS no estado e divulga informações de prevenção, diagnóstico e tratamento. Em entrevista para o programa Bom Dia Meio Norte, apresentado pelo jornalista Ieldyson Vasconcelos, Cristina Rocha, diretora do Centro de Testagem e Acolhimento (CTA) do Piauí, comentou que o perfil de infectados no Piauí são homens de até 39 anos, mas os órgãos de saúde têm percebido um crescimento em uma parcela de 19 até 25 anos.
“Estamos tentando abrir mais diálogo com a população jovem, que biologicamente é a mais sexualmente ativa, para alertar que estamos com uma tendência de aumento de casos de HIV e Aids para esse público”, disse Cristina.
Ter o HIV não é a mesma coisa que ter Aids. Há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas podem transmitir o vírus a outras pessoas pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação, quando não tomam as devidas medidas de prevenção.
Para todas as pessoas, independente da idade, a diretora do CTA ressalta que o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza gratuitamente o teste de HIV, sífilis e das hepatites B e C. Em Teresina, no Centro, o CTA comporta um espaço e atendimento especializado para testagem e orientação aos pacientes.
Os sintomas de HIV, enfatizou Cristina, podem ser confundidos facilmente com outras condições médicas, como gripe e virose. “O HIV não se manifesta imediatamente após a infeccção. A média é de cinco anos para se manifestar a questão em relação à AIDS. Tem casos em que demora mais, então, a pessoa se infecta, tem uma relação sexual e passa cinco anos sem saber que está com o vírus. Essa pessoa pode adoecer, desenvolver a AIDS, como também transmitir o vírus para outras pessoas.”
As formas de transmissão do HIV são por contato sexual (vaginal, anal ou oral), assexual por sangue (compartilhamento de drogas injetáveis), receptor de sangue (sangue contaminado) e vertical (da mãe para o filho – na gestação, parto ou aleitamento).
Fonte:MeioNorte