Por Graciane Araújo
A diretora do abrigo Pequeno Edson, situado na cidade de Posse-GO, foi presa suspeita de tortura, maus-tratos, prevaricação e até aborto contra crianças e adolescentes da instituição. Os depoimentos apontam que, além de castigos físicos, as vítimas ficavam sem comida e chegariam a ficar dias trancadas em um quarto escuro e seriam obrigadas a lavar a boca com sabão, como forma de punição por mau comportamento. A casa de acolhimento é a mesma onde morou a garota Maria Eduarda Vitória de Oliveira, de 4 anos, que foi morta após ser entregue, de forma irregular, a uma tia na cidade de Uruçuí, no interior do Piauí.
Foto: divulgação PC-GO
“Foi realizada busca e apreensão na casa dela, a maioria das crianças abrigadas foram ouvidas, várias testemunhas, inclusive eu que foi quando denunciei o falecimento da Maria Eduarda. A prisão dela foi cumprida hoje de manhã”, disse Mônica Miranda, presidente do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente do Município de Posse-GO.
A diretora- que não teve o nome divulgado- já estava afastada há cerca de uma semana. A garota Maria Eduarda chegou a morar por cerca de 12 dias no abrigo e, após sua morte, foi descoberta que ela foi entregue, de forma irregular, à tia no Piauí, que é suspeita de espancá-la até a morte.
“Ela entregou a Maria Eduarda de forma irregular como quisesse se desfazer da criança, desocupar o abrigo. Fez isso sem autorização da Justiça. Foi quando o Ministério Público entrou com uma ação civil pública devido a várias denúncias, por exemplo, desvio de doações, e outras irregularidades que estavam acontecendo lá dentro. O promotor entrou com a ação, houve a liminar de afastamento do abrigo, prisão foi decretada esta semana e cumprida hoje”, complementa Mônica Miranda.
A diretora- que é mãe de um bebê de quatro meses- foi presa em cumprimento a mandado de prisão temporária. O abrigo continua em funcionamento e está sendo gerida interinamente.