O secretário de Limpeza e Serviços Públicos de Picos, Elesbão Monteiro, denunciou na manhã desta segunda-feira (31), o descarte irregular de lixo contaminado do Hospital Regional Justino Luz.

De acordo com a denúncia, o lixo hospitalar está sendo armazenado de forma incorreta, junto com o lixo comum. Com medo de se contaminar, os trabalhadores que realizam as coletas se recusaram recolher o material.

 

“Os coletores foram pegar o lixo lá no hospital regional, quando chegou lá, tava material hospitalar no lixo, não era para acontecer, tava lá, tinha até sangue no saco, bolsa com sangue lá na coleta.  Então o seguinte, o coletor não pegou, os garis não quiseram pegar, não tiro a razão deles porque lá tinha seringa, tava esse sangue lá junto com o lixo então, eles não pegaram”, disse o gestor.

O secretario faz um apelo para o setor responsável.

“Estou pedindo o pessoal lá no Regional, não mistura lixo hospitalar com o outro lixo, porque é problema pra gente, porque os garis chegam lá, eles não querem pegar, e eles têm razão, com medo de levar uma furada e contrair alguma doença, então o seguinte, vamos evitar esse tipo de coisa”, disse.

O denunciante conta que essa não é a primeira vez que a acontece isso.

“É a segunda vez que aconteceu, então o seguinte os meninos não pegaram lá o lixo devido essa o lixo está misturado com material hospitalar, lá tem uma pessoa responsável de separar o lixo pra não botar junto com o lixo que é o coletor vai pegar”, disse.

A preocupação é ainda maior com as doenças que esse tipo de lixo pode causar aos garis que estão fazendo a coleta.

“Isso pode transmitir a doença, então o seguinte, eles estão fazendo o serviço deles lá todo dia, quando é para poder passar lá eles estão passando, o coletor passa lá direto, todo dia. Aconteceu sábado passado e sábado agora, dia 29 aconteceu novamente, o menino foi pegar o lixo e quando chegou lá, encontrou o lixo hospitalar”, explicou.

Risco à vida de todo mundo

A gestão de lixo é uma grande preocupação de ambientalistas, governos e empresas. Disso depende a saúde do planeta e o futuro dos seres humanos. Em relação ao lixo hospitalar a preocupação é ainda maior porque este lixo pode estar infectado com uma séria de vírus e bactérias. O lixo hospitalar contém todo tipo de  resíduo infeccioso e contaminado, se não tiver destino correto tem potencial de espalhar doenças graves.

Mas o que é lixo hospitalar?

Enquadra-se nessa categoria o lixo produzido por hospitais, clínicas e postos de saúde. Laboratórios de análises clínicas, farmácias, estúdios de tatuagem e demais estabelecimentos que descartam materiais com secreções de pessoas ou de animas também devem destinar de forma adequada seu lixo.

A empresa ou instituição que produz lixo hospitalar deve cumprir a RDC nº 306/04 da ANVISA e a resolução nº 358/05 do Conama, que divide os resíduos em classes. O lixo hospitalar se enquadra na classe A, dos “resíduos infectantes”. Inclui materiais diversos que tenham sangue, tecidos ou órgãos humanos e animais, fluídos, secreções e matéria orgânica humana em geral, além de vacinas vencidas e animais contaminados.

Já a Lei   nº 6.437/77 descreve várias penalidades para quem descumprir a legislação sanitária federal, que vão desde sanção até punições mais graves. E, em 2010, a Lei nº 12.305 instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, a qual determina que todo e qualquer lixo produzido no ambiente hospitalar deve ter destinação adequada e não pode ser depositado junto ao aterro sanitário de lixo domiciliar.

O outro lado 

A reportagem do Portal Grande Picos procurou a assessoria do Hospital Regional de Picos, mas até o fechamento da matéria, não foi obtida nenhuma resposta.

Confira a entrevista completa